Perguntas e Respostas

Reunião Mediúnica

Perguntas elaboradas pelos participantes do grupo Telegram @febtv_mediuns, referente à série apresentada por Jacobson Sant’ana Trovão “Estudando O Livro dos Médiuns”, canal da FEBtv no YouTube, e respondidas por uma equipe de estudiosos do tema.

Vedada a reprodução, finalidade meramente de estudo da mediunidade à luz do espiritismo.

Sobre choque anímico nós encontramos no capítulo 11 livro Loucura e obsessão, do Espírito Manoel P. de Miranda, pelo médium Divaldo P. Franco e publicado pelas FEB, a seguinte explicação: “Aplicamos-lhes o choque anímico, antes de serem tomadas outras providências.” Ante a surpresa de Miranda, Emerenciana elucidou: “Não se surpreenda o amigo Miranda. Da mesma forma que, na terapia do eletrochoque, aplicada a pacientes mentais, os Espíritos que se lhes imantam recebem a carga de eletricidade, deslocando-se com certa violência dos seus hospedeiros, aqui o aplicamos, através da psicofonia atormentada, que preferimos utilizar com o nome de incorporação, por parecer-nos mais compatível com o tipo de tratamento empregado, e colhemos resultados equivalentes”. A Mentora esclareceu que, do mesmo modo que o médium, pelo perispírito, absorve as energias dos comunicantes espirituais, que, em caso de sofrimento, perturbação ou desespero, de imediato experimentam melhora no estado geral, por diminuir-lhes a carga vibratória prejudicial, a recíproca é verdadeira. […] … E não se trata de violência, como a pessoas precipitadas pode parecer. É um expediente de emergência para os auxiliar, pois que os nossos propósitos não são os de socorrer apenas as criaturas humanas, sem preocupação com os seus acompanhantes espirituais.” “A caridade é uma estrada de duas mãos: ida e volta.” Convém destacar que o procedimento é realizado por benfeitores espirituais, muitas vezes sem que o médium ou o grupo tenha ciência do ocorrido. Não atentos a que a realização se refere ao contato do perispírito do médium com o perispírito do comunicante, como afirma Allan Kardec ao dizer que o desencanado assimila o fluido animalizado do médium durante o transe mediúnico, tem-se notícia de dirigentes de grupos mediúnicos que “aplicam” o choque anímico nos Espíritos que considera obsessores. Essa atitude não corresponde com o intento do esclarecimento ao sofredor. A realização da reunião mediúnica será sempre espontânea, conduzida, se o grupo se ajusta às condições propícias indicadas em “O livro dos médiuns” (FEB), capítulo 29, por elevados benfeitores espirituais. Não bastará, assim, o dirigente dizer que será aplicado um “choque anímico”, para que isso ocorra, ou que esse procedimento será desobsessivo, por si só. Desobsessão é renovação mental de encarnado e desencarnado, com base no Evangelho de Jesus.

O termo “médium de sustentação ou apoio”, vem sendo aplicado, entre outros, ao encarnado que, participando de uma reunião mediúnica, colabora com suas vibrações mentais. Não se refere a um tipo de mediunidade, mas a uma função na reunião mediúnica. No entanto, se quisermos organizar uma reunião mediúnica, segundo as orientações do Espírito André Luiz, no livro Desobsessão, psicografado pelo médium Chico Xavier e publicado pela FEB, no capítulo 20, somente encontramos lá médiuns esclarecedores, médiuns passistas e médiuns psicofônicos. Tornou-se comum a designação do assistente da reunião como “médium de sustentação ou apoio” que se tem função de aplicador do passe, com a tarefa de emitir energia mental a benefício dos Espíritos sofredores e dos esclarecedores em ação, bem como dar proteção e segurança aos médiuns psicofônicos. Eis a tarefa na chamada sustentação e apoio geral ao grupo mediúnico, já que tal participante não estaria afeto ao transe ou ao esclarecimento do desencarnado. É importante destacar que essa função de apoio ao agrupamento é de responsabilidade também do médium esclarecedor que não esteja atuando no esclarecimento ao desencarnado. Entendemos que, assim como aos médiuns psicofônicos é aconselhado que não ultrapassem duas reuniões por semana, é de se deduzir que a recomendação se estende a para todos os participantes da reunião.

Pode tratar-se do Ectoplasma, substância de aparência diáfana e sutil, que flui do nosso corpo, porém, em especial, dos médiuns denominados de materialização. O ectoplasma não tem forma definida e emana de todo o corpo do médium, mas especialmente dos orifícios naturais e das extremidades, do topo da cabeça, do peito e das pontas dos dedos. Pode se tornar visível ou não.

Convidamos o(a) amigo(a) a fazer a leitura do cap. 28 do livro “Nos domínios da mediunidade” (FEB), do Espírito André Luiz, pela psicografia do inesquecível Chico Xavier.

Se faz necessário que esse médium tenha cuidadosa observação, se possível com auxílio de pessoas experientes para avaliar o evento e definir o que está ocorrendo, e assim, ser orientado para fazer o uso correto de sua faculdade.

O dirigente da reunião mediúnica poderá acumular a função de médium esclarecedor, chamado de dialogador, que se constitui num exercício da faculdade mediúnica intuitiva. Mas, não deve se distrair no exercício de outra faculdade mediúnica, qual a psicografia, mesmo que intuitiva, ou psicofonia. Dada sua responsabilidade com o conjunto, é a ele que se concentram todas as atenções dos dirigentes espirituais do trabalho. Tal distração, mesmo com o fito de recepção de mensagem mediúnica de cunho elevado, denota indisciplina perante as próprias atribuições e coloca em risco todo o trabalho a ser desenvolvido. Conquanto possa delegar suas responsabilidades enquanto psicografia, a coordenação pode ficar comprometida, já que a sintonia com os Espíritos elevados que dirigem do plano espiritual a tarefa não pode ser improvisada com uma delegação de responsabilidade imprevista. Somente no momento em que ele mesmo esteja atendendo uma entidade em comunicação a direção será exercida por um assessor. Se o dirigente continuamente sente o impulso para a psicografia ou psicofonia o ideal, seguindo sua intuição, é avaliar o caso de adequar-se a outra função no grupo mediúnico para melhor rendimento do grupo.

O Espírito André Luiz no livro “Desobsessão” (FEB), pela psicografia de Chico Xavier e Waldo Vieira, orienta nos capítulos de 1 a 4 o preparo que se deve empreender no dia da reunião mediúnica, a ser observado por todos os participantes, para o desenvolvimento harmonioso das atividades, sejam eles médiuns ostensivos ou não. Contudo, não se infere que tal preparo deva ser exclusivo de um dia na semana, ou em poucas horas que antecedem o labor mediúnico. Para que o médium esteja apto ao serviço com os altos luminares da espiritualidade há se ter o esforço da auto evangelização, do estudo permanente, da prática constante da caridade, que são condições de base, e não apenas as periféricas, quais sejam o repouso, a alimentação ou a reserva de energias. Sem a busca da renovação interior, pela disciplina dos impulsos egoísticos, do orgulho destruidor, das emoções mais intensas, pelo amor ao estudo, pela prática do bem o médium estará distante do discipulado que deve marcar o espírita cristão. Tecer a cada dia a túnica que confira adentrar no banquete das núpcias celestiais é deve intransferível, a ser abraçado no apostolado do Cristo, que deve marcar a trajetória do médium devotado ao bem.

A pessoa intuitiva pode ser de grande valia à reunião mediúnica como dirigente ou dialogador, pois não tendo uma mediunidade ostensiva este colaborador poderá oferecer sua contribuição no diálogo e até mesmo na condução do trabalho. Os dirigentes espirituais encontrarão um ótimo campo para passar as orientações pertinentes ao trabalho. Assim, procuremos sempre buscar a postura do evangelho em nossos corações para que esta intuição possa contribuir com eficácia para a segurança do trabalho.

Este grupo tem a finalidade de complementação dos estudo feitos pela FebTv sobre “O livro dos médiuns”. Assim, quando colocamos uma resposta visamos assegurar o pensamento de Allan Kardec e não opiniões propriamente nossas. Não existe disputas de ideias, mas analise de temas.

Dessa forma, não conseguimos observar a estatística trazida pelo amigo de que “quase que 100% dos médiuns traz comunicação dos espíritos de “baixa vibração” está no livro dos Médiuns” (Sic), já que não pode ser confirmada. Na obra de Allan Kardec não consta tal número. Ao contrário, Kardec afirma no cap. 29 de “O livro dos médiuns”:

“327. As reuniões instrutivas apresentam caráter muito diverso e, como são as em que se pode haurir o verdadeiro ensino […]”.

Assim, em tais reuniões, mesmo que se manifestem espíritos inferiores, o propósito é sempre elevado, e traz grande benefício a médiuns e desencarnados, elevados ou não.

Toda fixação mental em um Espírito é uma evocação, seja ele desencarnado a longo ou curto tempo. Nem sempre o evocado está em condições ou tem a permissão de se comunicar. Assim, o médium pode se sintonizar, mas não ser capaz de reproduzir com todos os detalhes o pensamento do comunicante, que confiram a certeza e autenticidade do ditado mediúnico. Noutras vezes, pode ocorrer uma mistificação inconsciente. Somente a observação, o conhecimento do médium, de suas possibilidades interpretativas, do conteúdo do comunicado, podem dizer quem foi na vida material a entidade comunicante. Não se pode duvidar sistematicamente nem confiar cegamente. Utilize a isenção de ideias pré concebidas e analise o fenômeno com bom senso e lógica. Assim fazia Allan Kardec.

Suas sugestões sobre a forma de apresentação das perguntas e respostas no grupo Telegram serão analisadas pela equipe técnica e, desde já, agradecemos.

Quanto à sua pergunta: Em relação às sensações descritas pelos desencarnados sofredores decorrem de seu estado psíquico, assim como quando estão no corpo físico. A dor física é uma interpretação da mente ante um agente externo ou interno que represente um dano ao equilíbrio orgânico, ou seja a dor é registrada, percebida pelo cérebro como um sinal de alerta de que algo não vai bem. Um Espírito ainda ligado às sensações orgânicas, e de tais sensações não se liberta apenas pela morte, sentirá dor, fome, angustia, desejos sensuais tão ou mais intensos do que quando encarnados. Assim, não se pode desconsiderar o relato do desencarnado reduzindo-o a uma mera fixação mental. A dor do desencarnado deve ser acudida qual a dor descrita por um ente amado.
No tocante aos sentidos, a medicina, a psicologia e seus ramos têm identificado sentidos que vão muito além dos cinco básicos. Daí dizer-se que a mediunidade está ao lado deles, favorecendo ao Espírito a percepção do ambiente e do espaço no qual se localiza, no mundo das relações.

O médium é sempre o interprete do pensamento dos Espíritos. Cada médium tem sua forma de expressar, decorrente de sua capacidade interpretativa dos pensamentos e sensações do comunicantes desencarnados. Dessa forma, quanto à forma de expressão temos médiuns calmos e outros extasiados, a forma de expressão não é relevante. O que deve ser avaliado é o conteúdo da mensagem. A indisciplina durante o transe estaria relacionada ao comportamento do médium, ou seja seu descontrole, devendo, por exemplo, evitar palavras inconvenientes, grosseiras, gestos agressivos, que derrubam objetos, falar excessivamente alto ou excessivamente baixo, e tudo o que concorrer para a desarmonia e o respeito que o momento exige.