Sobre choque anímico nós encontramos no capítulo 11 livro Loucura e obsessão, do Espírito Manoel P. de Miranda, pelo médium Divaldo P. Franco e publicado pelas FEB, a seguinte explicação: “Aplicamos-lhes o choque anímico, antes de serem tomadas outras providências.” Ante a surpresa de Miranda, Emerenciana elucidou: “Não se surpreenda o amigo Miranda. Da mesma forma que, na terapia do eletrochoque, aplicada a pacientes mentais, os Espíritos que se lhes imantam recebem a carga de eletricidade, deslocando-se com certa violência dos seus hospedeiros, aqui o aplicamos, através da psicofonia atormentada, que preferimos utilizar com o nome de incorporação, por parecer-nos mais compatível com o tipo de tratamento empregado, e colhemos resultados equivalentes”. A Mentora esclareceu que, do mesmo modo que o médium, pelo perispírito, absorve as energias dos comunicantes espirituais, que, em caso de sofrimento, perturbação ou desespero, de imediato experimentam melhora no estado geral, por diminuir-lhes a carga vibratória prejudicial, a recíproca é verdadeira. […] … E não se trata de violência, como a pessoas precipitadas pode parecer. É um expediente de emergência para os auxiliar, pois que os nossos propósitos não são os de socorrer apenas as criaturas humanas, sem preocupação com os seus acompanhantes espirituais.” “A caridade é uma estrada de duas mãos: ida e volta.” Convém destacar que o procedimento é realizado por benfeitores espirituais, muitas vezes sem que o médium ou o grupo tenha ciência do ocorrido. Não atentos a que a realização se refere ao contato do perispírito do médium com o perispírito do comunicante, como afirma Allan Kardec ao dizer que o desencanado assimila o fluido animalizado do médium durante o transe mediúnico, tem-se notícia de dirigentes de grupos mediúnicos que “aplicam” o choque anímico nos Espíritos que considera obsessores. Essa atitude não corresponde com o intento do esclarecimento ao sofredor. A realização da reunião mediúnica será sempre espontânea, conduzida, se o grupo se ajusta às condições propícias indicadas em “O livro dos médiuns” (FEB), capítulo 29, por elevados benfeitores espirituais. Não bastará, assim, o dirigente dizer que será aplicado um “choque anímico”, para que isso ocorra, ou que esse procedimento será desobsessivo, por si só. Desobsessão é renovação mental de encarnado e desencarnado, com base no Evangelho de Jesus.