Perguntas e Respostas

Reencarnação

Perguntas elaboradas pelos participantes do grupo Telegram @febtv_mediuns, referente à série apresentada por Jacobson Sant’ana Trovão “Estudando O Livro dos Médiuns”, canal da FEBtv no YouTube, e respondidas por uma equipe de estudiosos do tema.

Vedada a reprodução, finalidade meramente de estudo da mediunidade à luz do espiritismo.

Cada um de nós pertence a uma família espiritual, que é a que verdadeiramente prevalece ao longo das novas experiências reencarnatórias. Os membros que não reencarnam mantêm-se velando, cuidando, ajudando os que estão na terra. Sabemos que somente terá um guia aquele que recebeu uma missão, cujos resultados do seu trabalho alcançará uma grande multidão. Como exemplos citamos os médiuns Yvonne do Amaral Pereira, Chico Xavier, Divaldo P. Franco, cujos guias foram, respectivamente, Charles, Emanuel e Joanna de Ângelis. Todos temos um anjo de guarda. Allan Kardec, em “O livro dos médiuns”, no item 182 assim se refere a ele: “Se todos estivessem bem compenetrados desta verdade, ninguém deixaria de recorrer com frequência à inspiração do seu anjo de guarda, nos momentos em que se não sabe o que dizer, ou fazer. Que cada um, pois, o invoque com fervor e confiança, em caso de necessidade, e muito frequentemente se admirará das ideias que lhe surgem como por encanto, quer se trate de uma resolução a tomar, quer de alguma coisa a compor. Se nenhuma ideia surge, é que é preciso esperar.”

Os conflitos domésticos sempre decorrem da ausência de amor e de tolerância entre os familiares, muitas vezes com raizes em reencarnações anteriores. No momento que o Evangelho de Jesus penetrar as almas, todos os conflitos restarão esquecidos. Se puder, consulte o livro “Pensamento e vida”, quando o Espírito Emmanuel, pela psicografia de Chico Xavier, tece largas considerações a respeito do tema.

Realmente o livro psicografado pela dupla Chico Xavier e Waldo Vieira “Sexo e destino” é um repositório de reflexões profundas sobre os dramas do sentimento, que merece de todos um estudo cuidadoso. Nessa obra, André Luiz aprecia as relações afetivas eivadas, muitas vezes, de sombra e luz, na ascese espiritual ou nos resvaladouros dos abismos da violência. É uma obra que todos devemos compulsar.

Se é certo que todo efeito tem uma causa, diante das grandes dores pelas quais passamos o silêncio sobre as causas representa grande remédio. Rememorar nem sempre aplaca as dores. No caso relatado, que infelizmente não é incomum, solucionadas as questões de ordem legal que atinge os envolvidos, buscada a ajuda de profissionais habilitados, quais médicos e psicólogos, ainda remanescendo a dificuldade na caminhada da vida, o lenitivo mais adequado é o perdão. No momento em que se perdoa o ofensor liberta-se do sofrimento existencial. Não foi sem razão que Jesus recomendou amássemos os nossos inimigos. O perdão é fonte de reequilíbrio do ofendido. O ofensor responderá pelos seus atos, junto à justiça humana e divina. Mas, aquele que sofreu a agressão não necessita manter-se vinculado ao agressor pelas vias do ódio, do ressentimento, que impedem a libertação. Importa agora que o ofendido siga em seu progresso espiritual e somente o perdão dá forças para seguir adiante. É muito natural que não se consiga amar o agressor, não é isso que Jesus nos pede em essência, mas que pacifiquemos nossos corações. Às vezes, não se perdoa pela ideia que se tem da impunidade, mas não é esse o entendimento mais adequado. Perdão é benéfico para quem perdoa, em primeiro lugar. Em nenhum momento podemos crer em desamparo de Deus, diante das grandes calamidades que nos acometem. Deus é sempre providencial, e se passamos por situações difíceis, aparentemente insuportáveis, isso decorre da necessidade que temos de algo aprender, no caso relatado, quiçá seja o aprendizado do perdão, já que não nos cabe adentrar nos meandros das anteriores existências. Perdoar é a base de nossa evolução. Os grandes testemunhos de perdão, de nossa parte, correspondem ao perdão Crístico de Jesus, que do alto do madeiro orou e perdoou seus agressores, ele que nada fizera para merecer o sofrimento afrontoso. Tirar o peso da revolta do coração enseja a vitória sobre o mal. Sofremos por vezes décadas, pelo mal que nos foi feito, e esquecemos, com isso, de construir o futuro, aproveitando o presente bem vivido. Dessa forma, o grande lenitivo às nossas dores pela ofensa que nos atinge é o perdão, muita vez conseguido ao preço de lágrimas, mas que nos fortalece para seguir a vida em paz.

Nos temas de relacionamento entre filhos e pais, nos recordamos sempre do dever filial, qual nos diz o “Evangelho segundo o espiritismo”, capítulo 14:

” 3. O mandamento: “Honrai a vosso pai e a vossa mãe” é um corolário da lei geral de caridade e de amor ao próximo, visto que não pode amar o seu próximo aquele que não ama a seu pai e a sua mãe; mas o termo honrai encerra um dever a mais para com eles: o da piedade filial. Quis Deus mostrar por essa forma que ao amor se devem juntar o respeito, as atenções, a submissão e a condescendência, o que envolve a obrigação de cumprir-se para com eles, de modo ainda mais rigoroso, tudo o que a caridade ordena relativamente ao próximo em geral. Esse dever se estende naturalmente às pessoas que fazem as vezes de pai e de mãe, as quais tanto maior mérito têm, quanto menos obrigatório é para elas o devotamento.

Deus pune sempre com rigor toda violação desse mandamento.”

Assim, entendendo que a reencarnação nos une para o progresso, cultivemos em nós a paciência e compreensão, para que possamos nos reunir aos olhos do Senhor qual verdadeira família universal.

A questão merece reflexões, pois se o médium tudo fez para demolir a gestante da ideia do aborto e não surtiu efeito, é natural que estará com a consciência pacificada, ante o livre-arbítrio de que todos somos dotados. Não podemos dizer que se possa ficar com a mente totalmente serena, pois a dor do outro sempre repercute em nós. No entanto, nem sempre conseguimos auxiliar como desejamos. Devemos seguir em preces para que os envolvidos se harmonizem ante a atitude de sérias consequências. Em relação à segunda parte da pergunta, existem ligações espirituais criadas com outrem, em função de atos irrefletidos, que podem nos acompanhar por mais de uma existência, até que estejamos dispostos a perdoar e a reconciliar.

Os filmes, com raras exceções, têm a finalidade de distração e fica difícil comentar. Fenômenos de voz direta, me parece que seria o que mais se encaixaria na sua pergunta. Se crianças podem se lembrar de vidas passadas é possível. Não é falha no processo reencarnatório, mas o tempo de adaptação ao corpo pode permitir o acesso a lembranças de vidas anteriores. A criança estaria com a mente mais suscetível a isso. O fenômeno não é raro. Raro seria com inúmeros detalhes. Se os pais ficarem atentos ao que os filhos dizem no cotidiano observarão que de quando em vez dizem algo que vai além do conhecimento comum deles. Podem ser referências expontâneas a vidas anteriores. Há um livro do Prof. Ian Stivenson, “Reencarnação – vinte casos”, que trata do assunto.

O Espírito reencarnante está ligado ao futuro corpo desde a concepção. O desligamento do Espírito do feto inviável é feito por benfeitores espirituais que não desamparam um só instante nem mãe nem o desencarnado, por meio de ações que não nos são integralmente revelados. O que se sabe é que são feitos procedimentos semelhantes ao passe. Quanto a ficar acordado isso depende da evolução espiritual do reencarnante. Seguramente ele despertará e recuperará ao longo do tempo a forma de adulto, o tempo depende do Espírito. Noutros casos, poderá ser conduzido a nova reencarnação, completando o curso de suas provas evolutivas. O esquecimento da vida espiritual ocorre a partir da concepção e se completa integralmente por volta dos 7 anos de idade, segundo Emmanuel no livro “O Consolador”. Para mais detalhes, leia o livro “Missionários da Luz”, pois no cap. 13 o tema é estudado. Em “O Livro dos Espíritos”, questões 197 e seguintes.