O Mundo espiritual é o da verdadeira vida. De lá viemos e para lá voltaremos. Allan Kardec, em A gênese, cap. IV, item 17 (2ª edição FEB, trad. de Evandro Noleto Bezerra), assegura o seguinte: “Por se acharem em incessante contacto, os mundos espiritual e material são solidários entre si, e ambos têm a sua parcela de ação na Gênese. Sem o conhecimento das leis que regem o primeiro, seria tão impossível constituir-se uma Gênese completa, quanto a um estatuário dar vida a uma estátua. […].” Depreende-se dessa afirmação a importância que tem o Mundo espiritual, tornando-o, realmente, uma força da Natureza. Na questão 459 de O livro dos espíritos (FEB, 93ª edição, trad. Evandro Noleto Bezerra), Kardec pergunta: “Influem os Espíritos em nossos pensamentos e em nossos atos?” A resposta é: “muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto que, de ordinário, são eles que vos dirigem.” A força eletromagnética é uma das muitas formas com se apresenta o fluido cósmico universal e a gravidade a força de atração da força magnética do centro da Terra. Goulart, quando dormimos, o Espírito se liberta parcialmente do corpo e passa a atuar no Mundo espiritual, convivendo com outros espíritos encarnados e/ou desencarnados, fazendo o que gosta e que, muitos vezes, na vida social não se satisfaz, por razões sociais, religiosas e quaisquer outros impedimentos. O sonho não é senão a recordação do que aconteceu durante esse período noturno, geralmente. Muitas vezes nos lembramos total ou parcialmente do sonho ou não lembramos nada, embora tenhamos a sensação de ter sonhado. As lembranças, os desejos contidos e os planos para qualquer realização material ou espiritual serão conteúdos para o sonho. Em relação à casa, mencionada na pergunta, enquanto os antigos moradores estiverem rememorando a antiga habitação, por terem sido felizes os momentos que ali passaram ou por terem sofridos grandes traumas, o pensamento manterá plasmado no lugar a imagem da casa referida. Um médium dotado de possibilidades psicométricas poderá identificar tais imagens mentais, estimulado pelos pensamentos dominantes do lugar. É a psicometria de ambiente. Yvonne do Amaral Pereira em “Recordações da Mediunidade” e “Devassando o invisível” traz importantes esclarecimentos a respeito do tema.

“Déjà Vu”, fenômeno psíquico estudado secularmente sem que os estudiosos tenham uma posição concludente. Efetivamente, pode ser um fenômeno relacionado com a psicometria, conforme Ernesto Bozzano analisa em seu “Enigmas da psicometria.” O fenômeno é anímico. O psicômetra tem uma premonição de fatos futuros acessando o programa reencanatório próprio, gravado em seu subconsciente, ou no subconsciente de outrem. Quando o fato ocorre vem a lembrança de já se ter vivido a situação enfrentada. Essa premonição pode dar-se no momento de sono e em sonho ver a ocorrência futura. Podemos dizer que é um intuição de fatos futuros. Isso mostra que o que passamos não ocorre ao desamparo de protetores espirituais, dando-nos força para tudo suportar com fé e paciência.

Todos temos, em um grau maior ou menor esta sensibilidade que permite captar ou sentir o mundo espiritual que nos cerca. É a psicometria natural no ser humano. Uma faculdade da própria alma, que por vezes pode ser estimulada e ampliada por Espíritos desencarnados, produzindo efeitos mais acentuados, alguns dos quais que você relata. Como esta faculdade não é igual nas pessoas, o caminho certo para conhecê-la é o estudo, pois este vai lhe proporcionar o entendimento, a autoanálise da sua faculdade, para poder distinguir o que é seu e o que provém do exterior, dos desencarnados. Portanto, procure se dedicar ao estudo da Doutrina Espírita, assim que possível, em um Centro Espírita sério, além de manter a prece, os bons pensamentos e sentimentos, fazer o bem que lhe seja possível, ler “O Evangelho Segundo o Espiritismo” e meditar nas suas lições, realizar leituras saudáveis. Assim, você estará se qualificando para melhor poder auxiliar neste momento de tantas dificuldades.

A percepção psicométrica se dá pela sintonia que o médium estabelece com os fluidos que envolvem a pessoa ou estão presentes no ambiente. Nem sempre o médium é capaz de captar psiquicamente todos os tipos de fluidos, a faculdade é variável. Se o ambiente não traz nenhuma impregnação fluídica mais significativa, em função das pessoas que ali frequentam não ficarem ligadas mentalmente ao lugar, o médium nada poderá perceber. E em relação a pessoas, nem sempre o médium se sintoniza com a enorme diversidade de mentes que se constitui no coletivo humano. Ademais, o médium disciplinado tem sempre suas faculdades controladas pelo seu Espírito protetor, que poupará o médium de percepções que poderiam prejudicá-lo ou em nada contribuir. Por isso Chico Xavier sempre dizia que o telefone toca de lá para cá.

Lembremos que sempre temos conosco um Espírito protetor, que é de ordem elevada. Em ambientes como os que você menciona, busque manter a mente fixada em pensamentos igualmente elevados, evitando se ater aos fatos ali ocorridos, não alimentando medo, intranquilidade ou imaginando cenas desagradáveis. Somos controladores de nossa mente e o fazemos pela nossa vontade. Dessa forma, você evita sintonias desagradáveis. Entre e saia de tais locais serenamente, e após não se fixe em qualquer sensação captada no local, para não perdurar emoções que podem ser superadas sem maiores preocupações. Se formos a locais como hospitais e cemitérios pensando que nos prejudicaremos, ficamos psicologicamente condicionados e é isso que poderá nos dar uma sensação ruim e não o ambiente em si.

O caso descrito é chamado de “psicometria”, na visão espírita. Reveja o programa último: Psicometria, fluidos e perispírito, quando tratamos do tema.

Resumidamente o médium entra em contato com o fluido e a mente espontaneamente transforma tal percepção em uma intuição ou numa vidência. Essa mescla é a forma interpretativa do médium tornar consciente uma percepção subjetiva.

A percepção descrita é um das formas da psicometria, que causa a intuição ou vidência. E, se for necessário e útil a você, poderá voltar, conforme entender seu Espírito protetor. O estudo, a oração, a meditação e o trabalho no bem desenvolvem nossos potenciais psíquicos, sem que tenhamos de forçar essa ou aquela manifestação da mediunidade.

A psicometria, como percepção multiforme, se classificaria como anímica primordialmente, é a alma do médium que faz a “leitura” dos fluidos, interpretando-os segundo suas possibilidades individuais, mas como todo médium que busca ajudar ao próximo sempre é auxiliado pelo seu Espírito protetor, em qualquer incursão na dimensão espiritual, controlando-lhe as faculdades, a percepção é mediúnica e anímica ao mesmo tempo, ou seja “medianímica”.