Perguntas e Respostas

Psicografia

Perguntas elaboradas pelos participantes do grupo Telegram @febtv_mediuns, referente à série apresentada por Jacobson Sant’ana Trovão “Estudando O Livro dos Médiuns”, canal da FEBtv no YouTube, e respondidas por uma equipe de estudiosos do tema.

Vedada a reprodução, finalidade meramente de estudo da mediunidade à luz do espiritismo.

O fenômeno Camille Flammarion/Galileu Galilei pode ser classificado, a nosso entender, como transe anímico. Camille Flammarion era a reencarnação de Galileu Galilei. Ao entrar em transe, Camille Flammarion afastava-se do corpo e acessava seus arquivos mentais e pode trazer os relatos anotados por Allan Kardec. A alma do médium pode manifestar-se pelo próprio médium como qualquer outro Espírito, o que não invalida a psicografia, sendo elevada deve ser aproveitada. Alexandre Aksakof em seu “Animismo e espiritismo” (FEB) define o estado anímico como o acesso à memória arquivada das sucessivas reencarnações. Por isso, mesmo sem que o fenômeno estivesse, à época, perfeitamente delineado, mas dada a sua originalidade, fez com que Kardec validasse a psicografia de Flammarion e a incluísse em “A gênese”.

As Instituições que pautam suas atividades na Doutrina Espírita procedem se acordo com as orientações dos Espíritos superiores. Quanto às comunicações mediúnicas, estas devem ser submetidas a um critério simples e muito eficaz, que é o “controle universal dos Espíritos” (“Evangelho Segundo o Espiritismo”, Introdução, item II. Allan Kardec), ou seja, toda mensagem, falada ou escrita, deve ser analisada cuidadosa e rigorosamente para verificar se não contraria a Doutrina. Concluindo-se que a mesma não condiz com os princípios da Doutrina Espírita, tem que ser dispensado o seu conteúdo. Quanto à publicação em periódicos, os responsáveis pelos grupos mediúnicos, com a anuência do coordenador da área e em concordância com as normas estabelecidas no estatuto e regimento da Instituição, poderão fazê-lo, se acharem úteis. Portanto, é reservada à Casa Espírita guardar as mensagens para análise e estudo, e em se tratando de médiuns iniciantes, também para acompanhar a produção mediúnica dos mesmos.

A psicografia e a psicofonia têm a mesma finalidade e o mesmo processo psíquico de captação do pensamento do comunicante espiritual. A diferença é o registro pela escrita, no caso da psicografia. No entanto, nem todo psicógrafo consegue expressar pela fala o que consegue pela escrita e vice-versa. Isso depende da aptidão do médium e o preparo que recebeu antes da reencarnação para a tarefa a ser desempenhada na mediunidade. Assim, uma não será substituída pela outra, se o médium não tem a aptidão para tanto. Um aspecto a considerar é que para o esclarecimento de entidades desequilibras em sessões mediúnicas o transe psicográfico apresenta impedimentos para o diálogo entre o esclarecedor e o comunicante. Forçar um psicógrafo a entrar em transe psicofônico não se constitui num procedimento aconselhável, já que o cérebro do médium pode não suportar o impacto do fluxo de pensamentos da entidade comunicante e não se sintonizar adequadamente para uma manifestação segura e equilibrada. Lembremos que em mediunidade toda espontaneidade é crucial para a segurança das atividades. Psicografia e psicofonia são especialidades mediúnicas, devido o médium ser estimulado no exercício daquela que ele se sentir mais confortável para a prática da mediunidade.

Não se pode afirmar que a lembrança espontânea de músicas ou fatos passados decorrem influências espirituais, embora a presença de um Espírito possa causar uma emoção ou uma lembrança, dada sua irradiação mental. Quanto à psicografia utilizando teclados, na modalidade intuitiva não se tem qualquer inconveniente prático. Na semimecânica ou na mecânica, dependeria do domínio do médium sobre o equipamento.