Perguntas e Respostas

Perispírito

Perguntas elaboradas pelos participantes do grupo Telegram @febtv_mediuns, referente à série apresentada por Jacobson Sant’ana Trovão “Estudando O Livro dos Médiuns”, canal da FEBtv no YouTube, e respondidas por uma equipe de estudiosos do tema.

Vedada a reprodução, finalidade meramente de estudo da mediunidade à luz do espiritismo.

André Luiz no livro “Evolução em dois mundos” no capítulo 23 trata da questão do baço, que segue ativo no perispírito, mesmo quando extirpado no corpo físico. É um tema instigante, que André Luiz limita às possibilidades de informação de nosso atual estágio evolutivo. Quanto a lesões no perispírito lembramos que o corpo espiritual espelha os pensamentos do Espírito. Se a mente está fixada em estados lesionados do corpo físico, se se detém longamente na crueldade, se sofre ainda as repercussões dos traumas da desencarnação, se padece os revezes da culpa pode transformar tudo isso em lesões as mais variadas, desde feridas perfeitamente sensíveis em seu corpo espiritual até deformidades graves das quais se livrará tão somente a força de muito esforço no aperfeiçoamento intelecto-moral.

Quando se vê um Espírito realmente vemos o perispírito, assim como quando vemos uma pessoa, vemos o corpo e não a alma. Vidência é uma faculdade anímica, equivale dizer que é a alma do médium que vê, e isso pode ocorrer espontaneamente. Os Espíritos nem sempre estão interessados nos encarnados com os quais convivem. Têm suas próprias preocupações. Assim, no seu caso houve uma percepção espontânea. Você entrou na faixa psíquica do ambiente e percebeu a entidade. Não foi descuido do Espírito. Veja o programa que falo de psicometria. Difícil dizer o propósito da aparição, só mesmo o médium pode avaliar. No mais das vezes, evidencia ao médium sua possibilidade psíquica, convidando-o a maior vigilância e trabalhar perseverantemente em sua melhoria pessoal, pelo estudo e realização do bem. Em sendo o caso, pode ser um convite à prática mediúnica com Jesus.

O corpo mental é estudado por André Luiz no livro “Evolução em dois mundos”, psicografado por Chico Xavier. No capítulo II da 1ª parte ele menciona que o perispírito é o reflexo do corpo mental, da mesma forma que o corpo físico é o reflexo do perispírito. É um sutil envoltório da mente. E não vai além disso. Consideramos, dessa forma, que o Espírito teria essa estrutura que ele chamou de “corpo mental” como elemento de ligação entre o Espírito, cuja natureza desconhecemos de que é formado, e o perispírito que é matéria. Assim, a função do “corpo mental” é estruturar o perispírito, segundo as condições fornecidas pelo Espírito.

O Espírito e o perispírito estão sempre ligados. Essa unidade Espírito-perispírito se afasta do corpo físico por ocasião do sono. Mas, permanecem ligados ao corpo físico, por vínculos fluídicos. Se a pessoa for acordada o Espírito-perispírito voltam ao corpo imediatamente, poderíamos dizer à velocidade do pensamento.

A evolução espiritual permite um maior domínio da forma perispiritual. Pela vontade ele pode alterar sua aparência. Os inferiores podem ser divididos da seguinte forma: aqueles que em função de graves delitos mantém a mente num certo instante ou período existencial e ficam sujeitos àquela forma que lhe impressionou, muita vez degradante, embrutecida, com feridas ou mutilações. Caso de muitos suicidas que não conseguem se libertar do instante do ato supremo contra a vida; outros que ficam retidos na forma da última existência, sem o mínimo controle mental, preocupados com os bens que deixaram na Terra; há porém, uma categoria de espíritos inferiores vinculados ao mal que já aprenderam que pela vontade podem manipular os fluidos, mesmo sem conhecimento integral do processo. Aprenderam também a arte da hipnose e criam formas mentais que impressionam os médiuns, projetando na mente deles imagens horrendas que são percebidas como uma vidência. Pelo mesmo princípio da hipnose dominam outros Espíritos e podem causar na mente do hipnotizado uma reação que lhe altera a forma, caso da culpa, que pode dar brecha a obsessores que induzem o desencarnado ao estado de licantropia ou forma de animais. Existem outros, da mesma faixa evolutiva, que pensam insistentemente numa forma e podem exibir ao vidente vestimentas grotescas, de mal gosto, com a finalidade de causar medo. Mas, não conseguem senão evidenciar sua verdadeira natureza negativa. São meras criações mentais, das quais acabam por lhes dar piores condições morais; há Espíritos inferiores, que não são efetivamente maus, que para serem reconhecidos pela vidência e comprovarem sua presença criam objetos temporários, como uma vestimenta, um chále, uma bengala, objetos que tiveram quando encarnados. Mas, como disse, nem todos os Espíritos sabem que podem manipular os fluidos. O que o Espírito inferior não consegue é sublimar seu perispírito, ilumina-lo sem uma transformação moral concreta, dar-lhe leveza, se libertar da imposição de formas imperfeitas e densas, e se elevar para habitar nas altas esferas dos bons Espíritos. Por isso diz-se que os Espíritos inferiores estão preso ao mundo das formas, criadas consciente ou inconscientemente por eles, ou, noutras palavras, por nós.

O melhor estudo sobre fluidos é o que Allan Kardec faz no livro “A Gênese”, que é uma síntese de vários artigos de Kardec publicados na “Revista Espírita” e sobre os “Centros de Forças” suas funções e relações com o corpo físico temos no livro “Evolução em dois mundos” de André Luiz as elucidações mais seguras, um estudo completa ou outro. Dada sua limitação de livros, nessas duas obras você terá as respostas que procura. Você verá que o Espírito terá sempre um perispírito, desde os primeiros níveis de evolução até as almas mais sublimadas, variando sua densidade. O perispírito não é um corpo vaporoso, mas fonte viva de manifestação do Espírito. O centro de força esplênico buscará suprir a ausência do baço, apoiado pelo demais centros de forças, todos comandados pelo centro de força coronário, já que estão interligados em rede. Como dissemos, o estude os livros indicados e terá segurança sobre o tema.

Nesta questão Kardec buscava a perfeita compreensão de alma e corpo, bem como suas interdependências. Sobretudo, ele questionava os Espíritos sobre a possibilidade da sobrevivência de ambos independente um do outro, isto é a sobrevivência da alma e a possibilidade de um corpo ter vida sem uma alma. A sobrevivência da alma já havia ficado patente, não há dúvida que a alma sobrevive ao corpo. No entanto, Kardec insiste na possibilidade de um corpo ter vitalidade sem uma alma. A resposta é breve: “pode”. Ou seja, em tese há possibilidade de um corpo ter vida biológica/orgânica, decorrente do metabolismo celular, mas tal corpo não será, obviamente viável, pois faltando a alma corpo nada produz, não subsiste. Poderíamos imaginar um embrião que se desenvolvesse apenas pelo resultado da fecundação, multiplicando células. Esse corpo teria breve vitalidade ou apenas vida orgânica, seria provavelmente o caso do natimorto. Como dissemos, a resposta a Kardec foi genérica, com a ressalva dos Espíritos de que tal organismo não teria a possibilidade de se manter vivo.

No caso do transplantado o perispírito do receptor se ajustará ao novo órgão, remanescendo originário no perispírito, que colaborará e dará sustentabilidade à sua adaptação ao corpo físico. No futuro, segundo se deduz, você terá seu órgão como os demais de sua estrutura orgânica. Orar pelo doador é um bom recurso, no campo da gratidão, que deve permear nossas relações seja com encarnados ou desencarnados. Pois, doação de órgãos é um ato de desprendimento e de amor.

Veja a resposta à pergunta 25 acima. O órgão perispiritual é o elemento intermediário da ação da mente sobre o corpo físico. A sensação dos amputados decorre da unidade orgânica que está gravada no subconsciente do indivíduo e de estruturas neuronais que dão a consciência dos limites corporais, que não se perde, embora a ausência de um membro ou órgão.