Perguntas e Respostas

Perispírito

Perguntas elaboradas pelos participantes do grupo Telegram @febtv_mediuns, referente à série apresentada por Jacobson Sant’ana Trovão “Estudando O Livro dos Médiuns”, canal da FEBtv no YouTube, e respondidas por uma equipe de estudiosos do tema.

Vedada a reprodução, finalidade meramente de estudo da mediunidade à luz do espiritismo.

O fluido perispiritual de fala nada mais é do que as energias do corpo espiritual ou perispírito. E falando de energia, devemos pela força e não pela densidade. Podemos afirmar que o perispírito, numa situação normal de desencarnação, torna-se mais rarefeito. Quando o Espírito vai reencarnar ele passa por um processo denominado miniaturização (um adensamento se assim preferir) e seu perispírito vai ser constituído pelo fluido cósmico que envolve o planeta onde viverá sua nova experiência carnal.

O perispírito tem uma constituição material, mas num estado de matéria desconhecido da ciência humana. A matéria do perispírito é mais sutil que a do corpo físico, mas não se confunde com este. A densidade do perispírito varia de Espírito a Espírito. Mais leve nos elevados e mais denso nos inferiores. Existem Espíritos tão ligados à matéria que seu perispírito fica de tal forma condensado, que dá ao Espírito a sensação de ainda estar no corpo físico. Kardec utiliza algumas expressões para definir, por comparação, o estado da matéria constituinte do perispírito: semimaterial, matéria quintenssenciada, porção fluido cósmico universal. Na verdade, faltam termos humanos para definição mais precisa. O livro base para todo estudo do perispírito é “A gênese” de Allan Kardec, pois foi o Codificador que mais e melhor estudou o tema. A partir daí diversos autores, encarnados e desencarnados desenvolveram o assunto. Hoje temos uma compilação dos vários livros que tratam do tema na obra “Perispírito” de Zalmino Zimmermann, que é de grande valia para pesquisas.

Quando Allan Kardec analisa o perispírito no livro “A gênese”, cap. 14, item 7, ele dá alguns detalhes dessa camada fluídica que envolve o Espírito dignas de nota e que nos conduzem ao entendimento do chamado “duplo etéreo” ou “duplo etérico”. Diz o Codificador: “No perispírito, a transformação molecular se opera diferentemente, pois o fluido conserva a sua imponderabilidade e suas qualidades etéreas. O corpo perispirítico e o corpo carnal têm,
pois, origem no mesmo elemento primitivo; ambos são matéria, ainda que em dois estados diferentes.” Veja que ambos, corpo carnal e perispiritual têm origem no mesmo fluido cósmico universal, mas em estados diferentes, um mais etéreo que o outro. Como a diferenciação ocorre no nível molecular, a transição ou região limítrofe entre corpo físico e perispírito não é brusca, isto é os fluidos que formam o corpo físico vão se eterizando até o estado perispiritual. Então, podemos entender que a palavra perispírito tem um significado amplo, se constitui numa faixa de ligação entre corpo físico e a alma, sendo que essa “faixa” é mais densa próxima do corpo físico é menos densa ou mais etérea na região limítrofe entre o perispírito e a alma. Inclusive Kardec afirma que o perispírito se expande para além dos limites do corpo físico. André Luiz chega a afirmar que eles os Espíritos não sabem precisar onde termina corpo físico e inicia o perispírito. Esse mesmo autor espiritual trata do tema relativo ao duplo, explicitando o pensamento do Codificador, em dois livros: “Nos domínios da mediunidade’, cap. 11, e “Evolução em dois mundos”, cap. 17. Resumidamente, é explicado que nossas células orgânicas emitem uma radiação decorrente da vitalidade que possuem. Ao conjunto as radiações celulares, que formam uma imagem correspondente ao corpo físico, deu-se o nome de “duplo etéreo”. Se pudéssemos ver essas radiações fora do corpo físico teríamos a impressão de estarmos diante de uma duplicata do corpo físico. Seria pois, a região perispiritual mais densa, por ser a “transição” ou ambiente de sutilização entre o corpo físico e o perispírito. Existe, segundo André Luiz, um ambiente no perispírito de transição deste corpo perispiritual com o Espírito propriamente dito, o chamado corpo mental. À expansão do perispírito para além do corpo físico, André Luiz dá o nome de aura.

Com relação ao corpo de Jesus existem teorias diversas, que demandaria um estudo mais acurado, que a via estreita deste grupo não nos permite, por agora, adentrar. Usamos a palavra desintegração, em relação à morte do corpo físico, pois sendo o organismo biológico um agregado de fluidos e forças, com o desligamento do Espírito na desencarnação, ocorre a desagregação molecular.

A palavra “ovóide” não é utilizada por André Luiz para se referir ao espírito reencarnante. “Ovóide” seria um Espírito com graves perturbações espirituais, que se mantém basicamente numa ideia fixa ou monoideismo, e que por isso, perde, por um tempo, o controle natural, autônomo, da forma perispiritual humana. No processo de miniaturização para a reencarnação, o Espírito tem seu tamanho reduzido, por perda parcial de seu perispírito – desintegração, essa parte desintegrada retorna para a natureza, e não por encolhimento apenas. O reencarnante não se ajusta ao tamanho feto, é o feto que se forma a partir do perispírito devidamente preparado para dar origem ao corpo físico. Dessa forma, o perispírito vai crescendo à medida que o feto se desenvolve, e continua crescendo até a idade adulta.

Pelo que nos esclarecem os elevados Espíritos, há uma base ou um elemento primordial que sempre acompanha o Espírito, que André Luiz chamou de “Corpo Mental” no livro “Evolução em dois mundos”, cap. 2. Segundo o autor espiritual o “Corpo Mental” é “o envoltório sutil da mente”. Assim, mesmo o perispírito sofrendo modificações estruturais de encarnação a encarnação essa base se refletiria no perispírito, repassando a ele os comandos da mente. O perispírito como agregador dos fluidos da natureza pode mudar parcialmente e em essência, conforme fatores reencarnatórias, mas, ao que nos parece pela explicação de André Luiz, o “Corpo Mental” não.

A expressão “desintegração” não propriamente minha, mas de André Luiz, nas seguintes obras:
1 – Falando sobre o processo de miniaturização, livro “Missionários da Luz”, cap. 13:
“Sem que me possa fazer compreendido, de pronto, pelo leitor comum, devo dizer que “alguma coisa da forma de Segismundo estava sendo eliminada”. Quase que imperceptivelmente, à medida que se intensificavam as operações magnéticas, tornava-se ele mais pálido. Seu olhar parecia penetrar outros domínios. Tornava-se vago, menos lúcido.”
[…]
“– Agora – continuou o instrutor – sintonize conosco relativamente à forma pré-infantil. Mentalize sua volta ao refúgio maternal da carne terrestre! Lembre-se da organização fetal, faça-se pequenino! Imagine sua necessidade de tornar a ser criança para
aprender a ser homem!
Compreendi que o interessado precisava oferecer o maior coeficiente de cooperação individual para o êxito amplo. Surpreendido, reconheci que, ao influxo magnético de Alexandre e dos
Construtores Espirituais, a forma perispiritual de Segismundo tornava-se reduzida.
A operação não foi curta, nem simples. Identificava o esforço geral para que se efetuasse a redução necessária.
Segismundo parecia cada vez menos consciente. Não nos fixava com a mesma lucidez e suas respostas às nossas perguntas afetuosas não se revelavam completas.
Por fim, com grande assombro meu, verifiquei que a forma de nosso amigo assemelhava-se à de uma criança.”
2 – O mesmo autor, agora no livro “Libertação”, cap. 6, usando a palavra “desintegração” do perispírito para se referir à eliminação de partes do perispírito:
“— Viste companheiros — prosseguiu o orientador —, que se desfizeram dele, rumo a esferas sublimes, cuja grandeza por enquanto não nos é dado sondar, e observaste irmãos que se submeteram a operações redutivas e desintegradoras dos elementos perispiríticos para renascerem na carne terrestre. Os primeiros são servidores enobrecidos e gloriosos, no dever bem cumprido, enquanto que os segundos são colegas nossos, que já merecem a reencarnação trabalhada por valores intercessores, mas, tanto quanto ocorre aos companheiros respeitáveis desses dois tipos, os ignorantes e os maus, os transviados e os criminosos também perdem, um dia, a forma perispiritual.”
Veja que a “desintegração” do perispírito é parcial, já que ele conduzirá a gênese do novo corpo do reencarnante. E quanto a Espíritos Superiores, sobre o processo de desligamento de um perispírito para assimilar outro, André Luiz menciona: “— Viste companheiros — prosseguiu o orientador —, que se desfizeram dele, rumo a esferas sublimes, cuja grandeza por enquanto não nos é dado sondar”.

Entendemos, portanto, que a “desintegração” do perispírito não é total, mas o suficiente para que a forma embrionária seja retomada e o reencarnante presida a formação do novo corpo na Terra.

As teses sobre a existência de órgãos perispirituais são de André Luiz e de Emmanuel, pelos médiuns Chico Xavier e Waldo Vieira, em especial nos livros “Evolução em dois mundos” e no livro “Roteiro” dentre outros. Muitos estranham que autores clássicos, ou mesmo Kardec não tenha adentrado diretamente no tema. Naturalmente, isso se deu por entendimento dos Espíritos Superiores. As revelações nos chegam passo a passo, após absorvermos uma, segue-se outra. Embora, Kardec na “Gênese” já houvera percebido que o perispírito não é apenas uma névoa que cobre o Espírito, ao dizer, no cap. 11, item 18:

“Sob a influência do princípio vital-material do germe, o perispírito, que possui certas propriedades da matéria, se une, molécula a molécula, ao corpo que se forma. É por isso que se diz que o Espírito, por intermédio do seu perispírito, se enraíza, de certa maneira, nesse germe, como uma planta na terra. Quando o germe chega ao seu pleno desenvolvimento, a união é completa e então nasce o ser para a vida exterior.”

O perispírito, como agregador dos elementos genéticos que formarão o corpo do ser reencarnante, dá-lhe a forma, conduzindo sua estruturação desde as primeiras divisões celulares no útero materno. Assim, cada célula do corpo biológico, cada órgão corresponde a cada célula e órgão que existe no perispírito. Perispírito é material, num estado de matéria desconhecido pela ciência humana. Tal afirmativa corresponde ao entendimento de Allan Kardec, por informações dos sublimes Espíritos que lhe conduziam a pesquisa. Nosso corpo tem a dinâmica que a mente nele imprime, através do perispírito, que intermedia as ações conscientes ou inconscientes do Espírito. A sustentação da vida celular se dá pelas energias circulantes no sangue perispiritual, que vitaliza seu correspondente no corpo físico.

Sua pergunta é justa e nos cumpre esclarecer que a expressão “desintegração” utilizada no programa 14, passado, no estudo dos aspectos do perispírito, referente ao processo da reencarnação é de André Luiz, apenas citamos a tese de nobre Espírito, contido nos seguintes apontamentos:

1 – Falando sobre o processo de miniaturização, livro “Missionários da Luz”, cap. 13:
“Sem que me possa fazer compreendido, de pronto, pelo leitor comum, devo dizer que “alguma coisa da forma de Segismundo estava sendo eliminada”. Quase que imperceptivelmente, à medida que se intensificavam as operações magnéticas, tornava-se ele mais pálido. Seu olhar parecia penetrar outros domínios. Tornava-se vago, menos lúcido.”
[…]
“– Agora – continuou o instrutor – sintonize conosco relativamente à forma pré-infantil. Mentalize sua volta ao refúgio maternal da carne terrestre! Lembre-se da organização fetal, faça-se pequenino! Imagine sua necessidade de tornar a ser criança para aprender a ser homem!
Compreendi que o interessado precisava oferecer o maior coeficiente de cooperação individual para o êxito amplo. Surpreendido, reconheci que, ao influxo magnético de Alexandre e dos Construtores Espirituais, a forma perispiritual de Segismundo tornava-se reduzida.
A operação não foi curta, nem simples. Identificava o esforço geral para que se efetuasse a redução necessária.
Segismundo parecia cada vez menos consciente. Não nos fixava com a mesma lucidez e suas respostas às nossas perguntas afetuosas não se revelavam completas.
Por fim, com grande assombro meu, verifiquei que a forma de nosso amigo assemelhava-se à de uma criança.”

2 – O mesmo autor, agora no livro “Libertação”, cap. 6, usando a palavra “desintegração” do perispírito para se referir à eliminação de partes do perispírito:

“— Viste companheiros — prosseguiu o orientador —, que se desfizeram dele, rumo a esferas sublimes, cuja grandeza por enquanto não nos é dado sondar, e observaste irmãos que se submeteram a operações redutivas e desintegradoras dos elementos perispiríticos para renascerem na carne terrestre. Os primeiros são servidores enobrecidos e gloriosos, no dever bem cumprido, enquanto que os segundos são colegas nossos, que já merecem a reencarnação trabalhada por valores intercessores, mas, tanto quanto ocorre aos companheiros respeitáveis desses dois tipos, os ignorantes e os maus, os transviados e os criminosos também perdem, um dia, a forma perispiritual.”