Considerando a mediunidade como um atributo natural do ser humano, o ideal é que toda criança recebesse educação, com base no Evangelho de Jesus e tendo, na medida de seu entendimento, interesse e amadurecimento, o ensino de que vivemos em mundos paralelos e que as distâncias entre aqueles que se amam são vencidas pelo pensamento. A mediunidade deve ser conhecida desde cedo, familiarizando a criança com a compreensão da vida ensejada pelo Espiritismo. A doutrina espírita codificada por Allan Kardec tem essa missão: fortalecer o nosso entendimento de que somos Espíritos com um corpo que nos serve de roupagem provisória, e aqui estamos para aprender, ressarcindo nossas faltas do passado e tendo a oportunidade de subir mais um degrau na escada da evolução. No caso narrado, efetivamente não se poderia cercear o direito da criança relatar o que estava percebendo. Somente pelo relato dela os pais poderiam avaliar o que estava ocorrendo e dar a orientação. Quanto ao papel, dependendo da criança escrever ou desenhar é mais fácil que falar. O cuidado é não induzir a uma psicografia, quando a criança nesse caso estaria em transe. No entanto, ao que parece, a criança estava lúcida, apenas foi dado a ela oportunidade de se expressar como mais lhe conviesse. Com crianças médiuns o equilíbrio é sempre desejável, não estimular a prática mediúnica, mas se o fenômeno ocorrer, cabe a orientação.