Perguntas e Respostas

Mediunidade e Obsessão

Perguntas elaboradas pelos participantes do grupo Telegram @febtv_mediuns, referente à série apresentada por Jacobson Sant’ana Trovão “Estudando O Livro dos Médiuns”, canal da FEBtv no YouTube, e respondidas por uma equipe de estudiosos do tema.

Vedada a reprodução, finalidade meramente de estudo da mediunidade à luz do espiritismo.

O seus questionamentos são importantes: Allan Kardec nos ensina que todos nós somos médiuns, pois todos somos influenciados pelos Espíritos, no entanto, existem pessoas que nasceram com a faculdade para atuar na Seara do Cristo e, quando isso não acontece, o médium se torna presa das entidades espirituais inferiores, tornando-se um médium obsidiado em três estágios básicos: obsessão simples, fascinação e subjugação. No item 240 de “O livro dos médiuns” (FEB, trad. de Evandro Noleto Bezerra), lemos: “A subjugação é uma constrição que paralisa a vontade daquele que a sofre e o faz agir a seu mau grado. Numa palavra: o paciente fica sob um verdadeiro jugo. A subjugação pode ser moral ou corporal. […]. No primeiro caso, o subjugado é constrangido a tomar resoluções muitas vezes absurdas e comprometedoras que, por uma espécie de ilusão, ele julga sensatas: é uma como fascinação. No segundo caso, o Espírito atua sobre os órgãos materiais e provoca movimentos involuntários. […]” Nesse caso, o Codificador está falando de movimentos bruscos que o Espírito agressivo obriga o médium a fazer com o antebraço, mas nada impede que o obrigue a fazer com o corpo inteiro. Quanto ao fenômeno descrito na pergunta, somente podemos afirmar que o mesmo é possível, já que somente um observação direta poderia ensejar uma resposta mais concludente.

Sabemos que o “terror noturno” não se relaciona com a liberação de ectoplasma, que é uma substância de aparência diáfana e sutil, que flui do nosso corpo, porém, em especial, dos médiuns denominados de materialização. O ectoplasma não tem forma definida e emana de todo o corpo do médium, mas especialmente dos orifícios naturais e das extremidades, do topo da cabeça, do peito e das pontas dos dedos. Podendo se tornar visível ou não.

Em muitos casos, o chamado “terror noturno”, mais presente na infância, que é comumente considerado por muitos como uma parassonia (distúrbio do sono), embora a definição ainda esteja em estudo pelos especialistas, que normalmente duram de alguns segundos até poucos minutos, a criança pode sentar na cama, gritar, abrir os olhos, correr pela casa, chorar, e acordar não se lembrando do acontecido no outro dia, está ainda sem uma definição clara pela medicina, conquanto muitos considerem que a prematuridade das células cerebrais na criança podem sofrer um excessivo estímulo natural desencadeando as crises. A despeito disso, tem-se observado que, em muitos casos, sem desconsiderar causas orgânicas ou psicológicas, pode estar ocorrendo uma obsessão infantil, devido a presença de Espíritos inferiores presente no lar, que afetam a criança, ou provocado por inimigos desencarnados de outras reencarnações, conclusão plausível, dada as narrativas daqueles que presenciam o fenômeno. Em sendo assim, além do auxílio médico e psicológico que o caso requer, cabe aos responsáveis manter o clima de harmonia no lar, a leitura de página evangélica, qual “O Evangelho segundo o espiritismo”, as preces, o passe e a água fluidificada, a evangelização infantil nas Casas Espíritas, presencial ou on line no período de pandemia, que trazem grande benefício.

Em relação à orientação dada, conforme dito, por Chico Xavier, não temos como apreciar.

A obsessão constitui-se numa prova ou numa expiação. O sofrimento está exatamente na consciência de estar sob o jugo de um Espírito inferior. Mas, a consciência de que está padecendo o assédio obsessivo é meio caminho andado para a recuperação, pois nesse caso o obsidiado poderá colaborar com o próprio reequilíbrio. Deve buscar na prece as forças para superar o momento de lutas que atravessa, perdoar e pedir perdão ao perseguidor espiritual, ler o Evangelho de Jesus, refletindo sobre as causas que conduziram à obsessão e assim evitar cair em novas perturbações, receber o passe e fazer uso da água fluidificada. Ocupar a mente com o trabalho no bem. Evitar o isolamento. Com a evangelização do enfermo encarnado, ele eleva a sintonia e convida o perseguidor a fazer o mesmo.
Recomendar a assistência de um grupo mediúnico que possa assistir ao perturbador desencarnado em um possível esclarecimento direto, por meio do transe psicofônico. São as medidas eficazes para o combate à obsessão.

Na questão 459 de “O livro dos Espíritos” Allan Kardec revela a condição natural do ser humano de entrar mentalmente em contato com outras mentes, interpretar os pensamentos captados e reproduzir a ideia percebida. É exatamente isso que torna todas as
pessoas, encarnadas ou não, médiuns. A pessoa pode entrar em contato com Espíritos elevados ou não, diuturnamente, em ambos os casos esse intercâmbio é chamado genericamente de “influência”. Os benfeitores espirituais alertam que tais influências, que surgem como pensamentos, podem ser harmônicos com os pensamentos do influenciado ou não. Em ambos os casos o pensamento influenciado soa na mente do indivíduo como um conselho, que se aceita ou é descartado. Um bom Espírito inspira um pensamento de perdão, de humildade, de solidariedade, de caridade para com o próximo que tenho causado algum mal. Aceitamos ou não, conforme nosso desejo e tendências. Já noutra circunstância, colhe-se um pensamento de revolta, de inveja, de ciúme, melindre ou orgulho. Claro está que tais sentimentos, envolto em pensamentos, não provêm de fonte superior. Se os rejeitamos avançamos no auto domínio e isso é progresso feito. Se acolhemos o mal, nos nivelamos passivos às induções que expressam nossos mais íntimos sentimentos, arquivados em nossa memória presente ou do passado, armazenados em outras reencarnações. Não se tira de onde não tem. Assim, toda influência para se corporificar deve encontrar a matriz predisponente à sintonia. Senão ela não ocorre. Um Espírito inferior não criará um hábito negativo numa pessoa que não possua nas suas reservas mentais tal hábito. A tendência negativa estará presente, aguardando para ser revelada. Do mesmo modo um bom Espírito não constrangerá uma pessoa a se transformar moralmente da noite para o dia, do mesmo modo que não se pode esperar que uma criança de um momento a outro torne-se adulto. Portanto, a indução negativa para ser assimilada deve existir o desejo igual no indivíduo. Ninguém ensina ou estimula o outro ao mal, se a pessoa não o desejar. Ninguém é capaz de transformar o outro para o bem, se este não se esforçar para a melhoria. São as afinidades que surgem no caminho de cada um de nós.

Reproduzindo resposta já postada: mediunidade não causa obsessão. Ao dizer que a obsessão denota mediunidade, refere-se à definição de mediunidade como meio e reprodução de pensamentos, características que estão presentes no quadros obsessivos. Nesse caso, pensamentos vinculados em estado de perturbação ou faculdade mediúnica violentada. A condição de médium nesse caso deve ser entendida em sentido amplo, pois sanado o processo obsessivo pode ser que o indivíduo não tenha compromisso com a tarefa mediúnica. No entanto, muitos médiuns de excelentes possibilidades, em função de resgates de débitos passados, vão encontrar no processo obsessivo o convite à vigilância e ao trabalho no bem. Superada a perturbação, com esforço no auto aprimoramento, podem se tornar excelentes medianeiros. Isso é variável, caso a caso.

Durante nossa explanação buscamos corrigir essa falsa ideia de que mediunidade causa obsessão. Ao dizer que a obsessão denota mediunidade, refere-se à definição de mediunidade como meio e reprodução de pensamentos, características que estão presentes no quadros obsessivos. Nesse caso, pensamentos vinculados em estado de perturbação ou faculdade mediúnica violentada. A condição de médium nesse caso deve ser entendido em sentido amplo, pois sanado o processo obsessivo pode ser que o indivíduo não tenha compromisso com a tarefa mediúnica. No entanto, muitos médiuns de excelentes possibilidades, em função de resgates de débitos passados, vão encontrar no processo obsessivo o convite à vigilância e ao trabalho no bem. Superada a perturbação, com esforço no autoaprimoramento, podem se tornar excelentes medianeiros. Isso é variável, caso a caso.

Devemos ter sempre a mente vigilante para não cairmos nas ciladas de obsessões maliciosos. Aprender a evitar desejos e imaginações negativas é um dever de cada médium. A obsessão começa assim, com uma ideia vaga, que vai aos poucos se intensificando, até que o obsessor domine completamente o indivíduo vacilante no bem. Encerrar conversas mentais que levam à ilusão, a teorias absurdas, à maledicência é uma das formas de se evitar os obsessores falaciosos, que exibem um falso saber.

A desencarnação por si só não transforma a natureza interior do indivíduo. Sem esforço no aperfeiçoamento pessoal, seguiremos nas faixas inferiores da vida, até que nos disponhamos a fazer o bem e servir ao bem. Espíritos revoltados, sentido-se vitimados de mal que sofreram, sem a capacidade de perdão, podem tornar-se obsessores daqueles que os prejudicaram, visando cobrar o dívida de que se sentem credores. Outros, batidos no ódio que cultivam contra as leis divinas, seguem de queda em queda, de reencarnação em reencarnação até que a vontade de progredir lhes surja no íntimo.

Existem aparelhos no plano espiritual ainda desconhecidos para nós. Mais sofisticados, com tecnologia muito superior à da Terra e com finalidades variadas. André Luiz e Manoel P. de Miranda mencionam diversos deles em seus livros. André Luiz no livro “Nos domínios da mediunidade”, cap. 16, fala de um pequeno aparelho colocado na cabeça uma médium que a mantinha em constante contato com entidades elevadas, pelos méritos que detinha em função do bem que realizava. Já Manoel P. de Miranda, no livro “Bastidores obsessão”, cap. 8, alude a aparelhos que induzem o indivíduo à permanência em processos obsessivos. Em ambos os casos o aparelho viabiliza a sintonia, a indução e à hipnose, sem que o desencarnado tenha de estar continuamente repetindo ideias na mente do médium. Noutras palavras, a comunicação fica facilitada. Se para o bem, a indução hipnótica enseja a sintonia contínua no trabalho da mediunidade missionária. Se para o mal pode levar à ruína do indivíduo, culminado até mesmo com o suicídio. Mas, algo precisa ser considerado, tanto para o bem quanto para o mal o aparelho é sempre colocado após o médium demonstrar pelo livre-arbítrio que aceita o encargo ou domínio sobre si, devido a sua conduta elevada ou perniciosa. A moral do médium lhe protege, e sem esta é passível de males sem conta.”

Sempre que sentir o medo, converse com alguém próximo de confiança. Não guarde para si, para evitar crescer o medo em sua mente. Você fez bem em sair do ambiente, isso te deu mais confiança. Mas, não alimente inseguranças. Veja, você relata que sente a presença de Espíritos desde a infância, então se acostume, pois isso decorre de sua natureza, não há porque temer. Lembre sempre que a presença dos bons Espíritos afasta os maus. Assim, busque a mente firma na oração, confie no amparo de seu Espírito protetor. Siga estudando, pois compreendendo melhor a mediunidade você verá que sempre estará no controle da situação e nenhum Espírito fará em você o que você não permitir.