Perguntas e Respostas

Mediunidade e Estudo

Perguntas elaboradas pelos participantes do grupo Telegram @febtv_mediuns, referente à série apresentada por Jacobson Sant’ana Trovão “Estudando O Livro dos Médiuns”, canal da FEBtv no YouTube, e respondidas por uma equipe de estudiosos do tema.

Vedada a reprodução, finalidade meramente de estudo da mediunidade à luz do espiritismo.

O estudo da mediunidade oferece uma certa complexidade sim, exigindo persistência e boa vontade. Nossa sugestão é que adquira um livro publicado pela FEB, de autoria de Marta Antunes Moura, intitulado “Mediunidade: estudo e prática”. É O livro dos médiuns numa linguagem simples, apresentado de forma bastante didática. Siga acompanhado os programas e lendo o capítulo correspondente em “O livro dos médiuns”, assim você terá maior facilidade. Temos notícia também de diversos Centros Espíritas que assistem ao programa “Estudando O Livro dos Médiuns” e em seguida uma fazem uma roda de conversa, on line nesse período de isolamento social, com outros participantes para maior troca de experiências e aprendizado. O estudo em grupo é sempre valioso. E mais dúvidas, poste aqui, estaremos sempre à disposição.

O estudo sobre perispírito e centro vitais de força, ou como designado nas doutrinas orientais por similitude de chacras, será sempre de muita valia aos estudantes da mediunidade. As obras do Espírito André Luiz, psicografadas pelo médium Francisco C. Xavier, e editadas pela FEB, e as do Espírito Manoel Philomeno de Miranda, psicografadas pelo médium Divaldo P. Franco são fontes seguras sobre o tema. O sábio Allan Kardec, em O livro dos médiuns, 2ª parte, cap. 1, discorre sobre o homem trino (espírito, perispírito e corpo, lamentou que a medicina somente considerasse, para suas cogitações, o elemento material ponderável na apreciação dos fatos e, assertivamente, escreveu: “[…] Somente faremos notar que o conhecimento do perispírito é a chave de inúmeros problemas até então não explicados.” (Grifo nosso.) Em A gênese (cap. 1, it 39) o codificador insistiu em dizer da importância do segundo elemento do homem trino: “[…] O perispírito representa importantíssimo papel no organismo e numa porção de afecções que se ligam à Fisiologia, assim como à Psicologia.

O perispírito é, portanto, um corpo transceptor: interpenetra em todas as partes do corpo físico, célula a célula, sendo responsável pela transmissão ao Espírito das sensações que o corpo experimenta e, ao mesmo tempo, informa a esse das emoções procedentes das sedes do Espírito, estando, ao mesmo tempo, administrando as energias dos centros vitais que controlam a aparelhagem fisiológica e psicológica. É oportuno lembrar que Jesus, o Médico dos médicos, após curar o paralítico de Betesda, recomendou: “[…] Eis que te tornastes são, não [mais] peques para que não te suceda algo pior.” (João: 5-14). A admoestação de Jesus deixou claro que os erros morais do passado cometidos pelo paralítico se refletiram no seu corpo físico naquela existência, por intermédio do perispírito, que registrou todas suas mazelas em experiência carnal anterior ou anteriores. Quanto a isso, esclarece o benfeitor espiritual André Luiz, no livro Evolução em dois mundos, 2P, cap. 15: “Toda queda moral nos seres responsáveis opera certa lesão no hemisfério psicossomático ou perispírito, a refletir-se em desarmonia no hemisfério somático ou veículo carnal, provocando determinada causa de sofrimento. A dor, portanto, dessa ou daquela forma, é sempre uma situação de alarma ou emergência, mais ou menos durável no império orgânico, requisitando o socorro externo da medicina do corpo ou da alma, na execução do alívio ou da cura.” Grifo nosso.

No entanto, se faz necessário usar o bom senso e levarmos em conta os ensinamentos dos nobres amigos do Plano espiritual e considerar os nossos desregramentos; a exposição à viciação física, à insalubridade de determinados ambientes e aos riscos desnecessários a que nos expomos, que podem acarretar enfermidades e deformidades correspondentes, alterando o programa reencarnatório de cada um de nós. Muitos sofrimentos são consequências da forma de viver que escolhemos e, o que é muito natural, próprios do mundo em evolução onde resgatamos nossos débitos com a contabilidade divina, daí porque em muitos momentos somos vencidos pelas tendências inferiores. O Espírito Manoel Philomeno de Miranda, no capítulo 15 da obra Transtornos psiquiátrico e obsessivos, psicografado pelo médium Divaldo P. Franco, editado pela LEAL assegura: “A cura real, devemos disso conscientizar-nos, vem de dentro do ser, da sua transformação moral, da sua mudança de atitude em relação ao comportamento existencial e não do exterior como alguns pensam irresponsavelmente. As soluções apressadas não erradicam o mal, que permanece aguardando oportunidade para a recidiva piorada com os novos gravames de leviandade.”

Como se percebe, a assimilação do Evangelho de Jesus e das obras da codificação prepara melhor o médium curador para desempenhar sua função. Diante disso, podemos indicar além das obras básicas, quais sejam “O livro dos médiuns”, “O evangelho segundo o Espiritismo”, “O livro dos Espíritos e A Gênese, que tratam mais especificamente do tema, o livro “Perispírito” do autor Zalmino Zimmermann. Editora Allan Kardec. Considerando que a mediunidade de cura é exercível no Centro Espírita por meio da aplicação do passe, sugerimos também a leitura do livro “Atendimento espiritual pelo passe” (FEB) de Marta Antunes Moura.

Allan Kardec, na questão 136 de O livro dos espíritos (FEB) fez essa pregunta aos Espíritos e obteve a seguinte resposta:

a) – Pode o corpo existir sem a alma?

“Pode; entretanto, desde que cessa a vida do corpo, a alma o abandona. Antes do nascimento, ainda não há união definitiva entre a alma e o corpo; enquanto que, depois dessa união se haver estabelecido, a morte do corpo rompe os laços que o prendem à alma e esta o abandona. A vida orgânica pode animar um corpo sem alma, mas a alma não pode habitar um corpo privado de vida orgânica”.

b) – Que seria o nosso corpo, se não tivesse alma?

“Simples massa de carne sem inteligência, tudo o que quiserdes, exceto um homem”.

É tudo o que sabemos a respeito

Já no que concerne à programação reencarnatória em que o indivíduo planeja renascer com mediunidade ostensiva e não deseja a atividade mediúnica, responderemos com Chico Xavier, quando indagado sobre o tema:

“Pergunta a Chico Xavier: O que acontece para uma pessoa que se recusa a desenvolver sua mediunidade, já que esta mediunidade pode ajudar muitas pessoas? Haverá algum castigo ou cobrança?

Resposta. Energias que não doamos podem ser fator de desequilíbrio em nossas vidas. Nossa consciência, em geral, nos cobra uma atitude perante as tarefas que nos cabem. Praticando o Bem em qualquer parte, estaremos colocando nossa mediunidade a serviços de todos. André Luiz afirma: “Todo bem que não se faz é um mal que se pratica”.

XAVIER, Francisco Cândido. Plantão de respostas, pelo Espírito Emmanuel, São Paulo: Cultura Espírita União, cap. Educação mediúnica.

Com base nas informações que nos dá sobre esse grupo de estudo, sem dúvida não é um grupo que esteja realmente interessado em aprender o que a Doutrina espírita tem para ensinar aos seus membros. Allan Kardec na Introdução de O livro dos espíritos (Feb, trad. Evandro Noleto Bezerra, 93ª ed., no item VIII, nos adverte: “Acrescentemos que o estudo de uma doutrina, qual a Doutrina Espírita, que nos lança de súbito numa ordem de coisas tão nova quão grande, só pode ser feito com utilidade por homens sérios, perseverantes, livres de prevenções e animados de firme e sincera vontade de chegar a um resultado.” E mais adiante: “A leviandade e as questões ociosas os afastam, como, entre os homens, afastam as pessoas criteriosas; o campo fica, então, livre à turba dos Espíritos mentirosos e frívolos, sempre à espreita de ocasiões propícias para zombarem de nós e se divertirem à nossa custa.”

Para facilitar o nosso entendimento, vejamos o que significa o termo talento = aptidão, capacidade inata ou adquirida. Sim, Allan Kardec nos ensina que a mediunidade é uma capacidade inata e está radicada no organismo físico, isto é, o Espírito reencarna em um corpo que possui as predisposições necessárias à manifestação do referido talento.

Em O livro dos médiuns (FEB, 2. ed. 1. imp. tradução de Evandro Noleto Bezerra), lemos no capítulo XXXI: Vocabulário espírita: Medianímico – Qualidade da força do médium – Faculdade medianímica; Medianimidade – Faculdade dos médiuns. Sinônimo de mediunidade. Estas duas palavras são, com frequência, empregadas indiferentemente. A se querer fazer uma distinção, poder-se-á dizer que mediunidade tem um sentido mais geral e medianimidade um sentido mais restrito. – Ele possui o dom de mediunidade. – A medianimidade mecânica – Médium – (Do latim – médium, meio, intermediário) – Pessoa que pode servir de intermediária entre os Espíritos e os homens. No entanto, no Brasil, o termo adotado popularmente é mediunidade, mas, em livros poderemos encontrar os dois termos como sinônimos. Tecnicamente, o médium é um intérprete do pensamento dos Espíritos, ou seja o pensamento é do comunicante e as palavras são dos arquivos mentais do médium (alma), a esse conjunto nomina-se fenômeno medianímico.

A Física nos ensina que isso acontece devido à eletricidade estática que temos em nosso corpo, a mesma que faz nosso cabelo, algumas vezes, ficar meio arrepiado. Sabe-se que o corpo humano é um bom condutor de eletricidade, eis por que muitas pessoas desencarnam após tomar um choque elétrico. O tempo todo estamos nos carregando e descarregando de eletricidade. Essas informações constam de livros sobre o tema, muitos deles acessíveis em sites da internet. O que podemos afirmar, com relação à mediunidade, é que até então desconhecemos quaisquer informações seguras de que esses choques sejam indício de mediunidade.

Sem dúvida nenhuma, Jesus foi um Espírito criado como todos nós: simples e ignorante. Se assim não fosse o Criador não seria justo. Nada sabemos sobre sua Jornada espiritual. Damos aqui a resposta do Espírito Emmanuel, em O Consolador:

243 –Todos os Espíritos que passaram pela Terra tiveram as mesmas características evolutivas, no que se refere ao problema da dor?

-Todas as entidades espirituais encarnadas no orbe terrestre são Espíritos que se resgatam ou aprendem nas experiências humanas, após as quedas do passado, com exceção de Jesus-Cristo, fundamento de toda a verdade neste mundo, cuja evolução se verificou em linha reta para Deus, e em cujas mãos angélicas repousa o governo espiritual do planeta, desde os seus primórdios.

Allan Kardec, em “O livro dos espíritos” (FEB), na questão 100 (cem), estabeleceu uma classificação dos Espírito se baseando no grau de adiantamento, nas qualidades que já adquiriram e nas imperfeições das quais terão ainda de se despojarem. Mas ele mesmo adianta: a classificação não tem nada de absoluto. Em resumo, estabeleceu as seguintes ordens: Espíritos imperfeitos, bons Espíritos e Espíritos puros.

Na segunda pergunta, estou entendendo que você deseja saber se o médium para ser espírita necessita fazer abstinência, mas não foi informado de quê, o que impossibilita uma resposta mais direta. O médium espírita, para melhor servir à seara, deve ter algumas abstenções, por exemplo do álcool e do fumo e, no dia da reunião mediúnica especificamente, André Luiz no livro “Desobsessão” (FEB) enumera diversos cuidados a serem observados. No entanto, as grandes abstenções são indicadas por Allan Kardec, ao esclarecer que se conhece o verdadeiro espírita pelo esforço que desenvolve para sua transformação moral.

Siga nas preces, no estudo, na prática do perdão e da caridade. Se onde mora não existe Casa Espírita isso não é impedimento para receber o amparo dos amigos espirituais. É momento de mais fé, de paciência, de tolerância e de compreensão com o momento que atravessa. O médium sempre pode ajudar e progredir, mesmo estando afastado da atividade mediúnica direta. Com o estudo semanal perseverante, qual o que tem sido feito pela FEBTv no programa “Estudando O Livro dos Médiuns”, aos poucos muitas dúvidas serão esclarecidas, e este grupo é o apoio, podendo serem aqui colocadas as dúvidas remanescentes.