Perguntas e Respostas

Mediunidade de Efeitos Físicos

Perguntas elaboradas pelos participantes do grupo Telegram @febtv_mediuns, referente à série apresentada por Jacobson Sant’ana Trovão “Estudando O Livro dos Médiuns”, canal da FEBtv no YouTube, e respondidas por uma equipe de estudiosos do tema.

Vedada a reprodução, finalidade meramente de estudo da mediunidade à luz do espiritismo.

Transfiguração é o ato ou efeito de transfigurar; estado glorioso em que Jesus apareceu sobre o Monte Tabor. É um fenômeno mediúnico que consiste na modificação da fisionomia, da voz e até do corpo todo de um indivíduo, vindo este a adquirir a aparência de outro ser. Pode até mesmo alterar o peso do corpo do médium. Para melhor compreender esse fenômeno e outros semelhantes, indicamos a leitura do livro Fatos espíritas, de William Crookes, publicado pela FEB. Allan Kardec, no seu livro A gênese, cap. XV, item 44 (FEB), assim se refere ao fato:

“É ainda nas propriedades do fluido perispirítico que se encontra a explicação deste fenômeno. A transfiguração, explicada no cap. XIV, nº 39, é um fato muito comum que, em virtude da irradiação fluídica, pode modificar a aparência de um indivíduo; mas, a pureza do perispírito de Jesus permitiu que seu Espírito lhe desse excepcional fulgor. Quanto à aparição de Moisés e Elias cabe inteiramente no rol de todos os fenômenos do mesmo gênero. (Cap. XIV, nos 35 e seguintes)

“De todas faculdades que Jesus revelou, nenhuma se pode apontar estranha às condições da humanidade e que se não encontre comumente nos homens, porque estão todas na ordem da Natureza. Pela superioridade, porém, da sua essência moral e de suas qualidades fluídicas, aquelas faculdades atingiam nele proporções muito acima das que são vulgares. Posto de lado o seu envoltório carnal, ele nos patenteava o estado dos puros Espíritos.” No item 81 de “O livro dos médiuns” Kardec estuda o aumento e a diminuição do peso dos corpos. E a explicação de um fenômeno observado por ele e outros pesquisadores à época que alguns objetos muito pesados ficavam muito leves pela ação do Espírito utilizando o ectoplasma do médium. De outras vezes, corpos leves ficavam tão pesados, que não se podiam movê-los. Tais fenômenos ocorriam para provar aos pesquisadores que a ação era de um Espírito sobre a matéria e, dessa forma, comprovar a presença deles. Assim, aumentar ou diminuir o peso de um corpo seria apenas para efeito de pesquisa, e não necessariamente na transfiguração.

As aparições podem ser vistas por todos os presentes. Essa é a grande diferença entre uma aparição e uma vidência, pois neste último caso somente o vidente vê o Espírito. Na aparição o Espírito necessita de um médium que lhe forneça o ectoplasma. Esse médium poderá estar presente ou distante, consciente do que se passa ou não.

É verdade o que diz sobre a pesquisa no Google, mas é necessário tomar certas precauções, pois nem todos os esclarecimentos dados são exatamente como consta de “O livro dos médiuns” e da “Revista Espírita”.

O livro dos médiuns, item 125. Resta-nos falar do singular fenômeno dos agêneres que, por muito extraordinário que pareça à primeira vista, não é mais sobrenatural do que os outros. Porém, como o explicamos na Revue Spirite (fevereiro de 1859), julgamos inútil tratar dele aqui pormenorizadamente. Diremos tão-somente que é uma variedade da aparição tangível. E o estado de certos Espíritos que podem revestir momentaneamente as formas de uma pessoa viva, ao ponto de causar completa ilusão. (Do grego a privativo, e geine, geinomaï, gerar: que não foi gerado). Oferecemos aqui o texto constante na Revista espírita de fevereiro de 1859: “Questionado sobre esse ponto, um Espírito superior respondeu que realmente podemos encontrar seres dessa natureza, sem que o suspeitemos; acrescentou que isso é raro, mas possível. Como, para nos entendermos, precisamos dar um nome para cada coisa, a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas os chama agêneres, assim indicando que sua origem não é o resultado de uma geração.

Diz Kardec em O livro dos médiuns, item 125: “Resta-nos falar do singular fenômeno dos agêneres que, por muito extraordinário que pareça à primeira vista, não é mais sobrenatural do que os outros. Porém, como o explicamos na Revue Spirite (fevereiro de 1859), julgamos inútil tratar dele aqui pormenorizadamente. Diremos tão-somente que é uma variedade da aparição tangível. E o estado de certos Espíritos que podem revestir momentaneamente as formas de uma pessoa viva, ao ponto de causar completa ilusão. (Do grego a privativo, e geine, geinomaï, gerar: que não foi gerado)

Da Revista espírita de fevereiro de 1859, extraímos esse excerto: “Questionado sobre esse ponto, um Espírito superior respondeu que realmente podemos encontrar seres dessa natureza, sem que o suspeitemos; acrescentou que isso é raro, mas possível. Como, para nos entendermos, precisamos dar um nome para cada coisa, a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas os chama agêneres, assim indicando que sua origem não é o resultado de uma geração.”

Sim, o ectoplasma pode se tornar visível na materialização do Espírito. Ele tem a função do revestir o Espírito para ser visto por todos. É verdade! existem outros mundos além do planeta Terra e, atualmente, com o avanço da Astronomia, a ciência oficial já reconhece essa verdade. É oportuno lembrar o que Jesus disse “[…] na casa de meu Pai há muitas moradas” (João 14:2). O Mundo espiritual não tem um lugar determinado, pois somos circundados por ele. Os Espíritos estão convivendo conosco. É a teoria dos mundos paralelos que se comprova. A vida material é transitória, pois ao desencarnarmos retornamos o mundo da verdadeira vida. No entanto, para se desdobrar e adentrar a um plano superior ou mesmo um planeta superior o indivíduo deverá ter evolução compatível, o que não ocorre com a generalidade dos habitantes da Terra, sejam eles encarnados ou desencarnados. Os inferiores não alcançam os Superiores senão a custa de muito esforço na própria evolução.

O princípio que explica esse fenômeno citado por você é o mesmo princípio que explica o fenômeno das mesas girantes em Paris (França), na segunda metade do século XIX, quando o professor Denizard Hippolyte Léon Rivail, convidado e estudá-lo, concluiu que se tratava de uma inteligência atuando por trás dos fenômenos: os Espíritos. As formas rudimentares de comunicação entre os encarnados e os desencarnados evoluíram. No entanto é possível repeti-los, sempre com a ajuda de irmãos inferiores, que se divertem fazendo-nos companhia. No livro “A terra e o semeador” (IDE) a seguinte pergunta é endereçada a Chico Xavier:

“Nair Belo – Também eu tenho um grande prazer em conhecê-lo. Vou fazer uma pergunta que eu, há muito tempo, tenho vontade de saber. Os espíritas fazem e os não espíritas também, alguns na base da brincadeira, as tentativas de ação mediúnica com o uso do copinho. O verdadeiro espírita sabe que a comunicação desse modo é uma forma primária, de intercâmbio, não é?

Eu gostaria de perguntar se além de primária também é perigosa, porque eu tive uma experiência e acho muito perigosa.

Gostaria que o senhor me esclarecesse e a todos que assim procedem por brincadeira.

Chico Xavier – os Benfeitores Espirituais nos dizem que devemos sempre separar

mediunidade de Doutrina Espírita, porque esta última veio-nos para disciplinar os fenômenos. Assim através do copinho, ser-nos-á possível entrar em contato com os espíritos amigos, mas, por vezes ainda não educados ou não sublimados, isto é, com criaturas desencarnadas muito próximas da nossa faixa de evolução, de modo que, sem a Doutrina Espírita, qualquer fenomenologia, inclusive a do copo, é capaz de suscitar dissabores, pelas experiências.

Flávio Cavalcanti – Então, não se deve brincar?…

Chico Xavier – É interessante não brincar. (XAVIER, Francisco Cândido. A terra e o semeador, pelo Espírito Emmanuel, 4ª ed., Instituto de Difusão Espírita, Araras-SP, pág. 121-122, perg. 117.)

A denomina-se “médium de transporte” àquele médium que, oferecendo seu ectoplasma, favorece a que o Espírito materializado possa transportar objetos. O fenômeno consiste em no trazer ou levar objetos de um lugar para outro. São quase sempre flores, não raro, frutos, confeitos, joias, etc. Nas obras Nos domínios da mediunidade, cap. 28; Missionários da luz, cap. 10, os dois editados pela FEB, você encontrará ricas informações a respeito das reuniões de materialização e do transporte de objetos. Comumente é esse médium é denominado de “médium de materialização.” No item 96 de O livro dos médiuns (FEB), lemos: “Este fenômeno não difere do de que vimos de falar, senão pela intenção benévola do Espírito que o produz, pela natureza dos objetos, quase sempre graciosos, de que ele se serve e pela maneira suave, delicada mesmo, por que são trazidos.”

Para que haja manifestações físicas de qualquer natureza, se faz necessária a cooperação de um médium de efeitos físicos oferecendo seu ectoplasma, mas sua presença nem sempre se faz necessária. O fenômeno também poderá acontecer à sua revelia, quando seja usado por Espíritos inferiores. Um bom exemplo é são os casos de casas mal assombradas com arremessos de objetos. O item 94 de O livro dos médiuns (FEB) esclarece bem o tema. É oportuno lembrar que os Espíritos superiores, os esclarecidos, não violam o livre arbítrio dos médiuns e não provocam aqueles fenômenos.

Encontramos na obra de André Luiz, Missionários da luz, cap. 10 (FEB), advertências sobre a grande responsabilidade que exige esse tipo de manifestação. Informa o orientador Alexandre:

“Trata-se de serviço de elevada responsabilidade, porquanto, além de exigir todas as possibilidades do aparelho mediúnico, há que movimentar todos os elementos de colaboração dos companheiros encarnados, presentes às reuniões destinadas a esses fins. Se houvesse perfeita compreensão geral, respeito aos dons da vida, e se pudéssemos contar com valores morais espontâneos e legitimamente consolidados no espírito coletivo, essas manifestações seriam os mais naturais possíveis, sem qualquer prejuízo para o médium e assistentes. Acontece, porém, que são muito raros os companheiros encarnados dispostos às condições espirituais que semelhantes trabalhos exigem. Por isso mesmo, na incerteza de colaboração eficiente, as sessões de materialização efetuam-se com grandes riscos para a organização mediúnica e requisitam número dilatado de cooperadores do nosso plano. (Grifamos). Um dos riscos está no retorno do ectoplasma, após a materialização, a qual poderá estar contaminado com as impurezas mentais dos assistentes, em um grupo desarmonizado. Contrariamente, em um grupo formado por assistentes imbuídos do serviço de caridade, o ectoplasma retorna ao corpo físico purificado pela ação de benfeitores espirituais.

Independente de ser médium ostensivo ou não, a chamada autocura é possível e está comprovada cientificamente. É comum a expressão: mente sã, corpo são. É a mente que comanda todo funcionamento do corpo, toda a energia que nele circula está sob o comando da mente. O Espírito Emmanuel, no livro “Pensamento e vida” (FEB), capítulo 15, ensina que “Todos os sintomas mentais depressivos influenciam as células em estado de mitose, estabelecendo fatores de desagregação” […] Nossas emoções doentias mais profundas, quaisquer que sejam, geram estados enfermiços.”

A substância ectoplasma, por si, não tem propriedade curativa. Dela se serve o Espírito para se materializar e, então, atuar no corpo do enfermo. Um bom exemplo desse fenômeno se deu com o médium José Arigó.

Não temos condição de avaliar se a entidade é seu marido, considerando a possibilidade do fenômeno ser de efeito físico. Nesse caso, o ideal seria persistir na prece, não dando importância ao barulho. O capítulo 28 de “O evangelho segundo o espiritismo” (FEB) tem uma coletânea de preces, cremos que o item IV pode se adequar ao caso.