Perguntas e Respostas

Fluidos

Perguntas elaboradas pelos participantes do grupo Telegram @febtv_mediuns, referente à série apresentada por Jacobson Sant’ana Trovão “Estudando O Livro dos Médiuns”, canal da FEBtv no YouTube, e respondidas por uma equipe de estudiosos do tema.

Vedada a reprodução, finalidade meramente de estudo da mediunidade à luz do espiritismo.

Em O livro dos Espíritos, na Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita – item II., Edição FEB), lemos: “Princípio vital o princípio da vida material e orgânica, qualquer que seja a fonte donde promane, princípio esse comum a todos os seres vivos, desde as plantas até o homem. Pois que pode haver vida com exclusão da faculdade de pensar, o princípio vital é uma propriedade da matéria, um efeito que se produz achando-se a matéria em dadas circunstâncias. Segundo outros, e esta é a ideia mais comum, ele reside em um fluido especial, universalmente espalhado e do qual cada ser absorve e assimila uma parcela durante a vida, tal como os corpos inertes absorvem a luz. Esse seria então o fluido vital que, na opinião de alguns, em nada difere do fluido elétrico animalizado, ao qual também se dão os nomes de fluido magnético, fluido nervoso, etc.” Na questão 70 do mesmo livro, Allan Kardec pergunta:

– Que é feito da matéria e do princípio vital dos seres orgânicos, quando estes morrem?

– “A matéria inerte se decompõe e vai formar novos organismos. O princípio vital volta à massa donde saiu”. Logo, o Espírito, ou seja o desencarnado, não tem necessidade do fluido vital.

Na questão 70 de “O livro dos espíritos” (FEB), trad. de Evandro Noleto Bezerra, lemos: “A quantidade de fluido vital não é absoluta para todos os seres orgânicos. Varia segundo as espécies e não constante, que em cada indivíduo, quer nos indivíduos de uma espécie. Alguns há, que se acham, por assim dizer, saturados desse fluido, enquanto outros o possuem em quantidade apenas suficiente. Daí, para alguns, vida mais ativa, mais tenaz e, de certo modo, superabundante. A quantidade de fluido vital se esgota. Pode tornar-se insuficiente para a conservação da vida, se não for renovada pela absorção e assimilação da substância que o contém. O fluido vital se transmite de um indivíduo a outro. Aquele que o tiver em maior porção pode dá-lo a um que o tenha de menos e em certos casos prolongar a vida prestes a extinguir-se.”

Podemos acrescentar que um passe magnético, um passeio em um bosque, um banho de mar, a respiração, etc., nos recarrega de fluido vital.

O fluido vital se constitui numa quota de vitalidade que se recebe ao reencarnar compatível com o tempo de vida que o indivíduo deverá ter na Terra. Poderá, contudo, ser gasto prematuramente, conforme o comportamento do indivíduo, seus estados de invigilância e os excessos de toda ordem. Poderá ser recuperado pela prece, pela respiração, pelo pensamento elevado. Será doado no momento do passe ou de uma irradiação a um enfermos, mas recuperado pela ação de benfeitores espirituais.
Sobre evocação, podemos dizer que todas prece é uma evocação, no caso estabelecendo uma sintonia elevada com os bons Espíritos.

Os Espíritos superiores tem o domínio integral das formas perispirituais, expressas por eles em forma de beleza e luz. No entanto, o fluido cósmico universal é maleável e certa categoria de Espíritos inferiores aprendem por experiência a manipula-lo pelo pensamento. Podem assim criar formas horrendas. Mas, observe, mesmo podendo manipular os fluidos criando formas, estas são fúteis, expressam seus sentimentos de baixa vibração. Na verdade, todo Espírito manipula os fluidos pelo pensamento, alguns sabem disso e aprendem como fazer, outros o fazem inconscientes dessa ação, e sofrem com isso, pois passam a conviver com suas mentes desequilibras criando formas vivas que culminam por aterrorizar eles mesmos.
Sobre nomenclatura do fluido cósmico universal, a variação tem a finalidade de identificar os diversos estados que tal material primordial pode assumir e suas aplicações, assim como para a ciência humana falamos da água que pode estar num estado sólido, líquido e gasoso.

O fluido vital no suicídio irá se esgotando até sua total extinção, cujo tempo variará de pessoa a pessoa e do tipo de suicídio. Se a pessoa conhece a imortalidade da alma e comete o ato extremo verá sua consciência cobrar-lhe mais intensamente, já que saber das leis Divinas e corrompe-las torna o indivíduo mais endividado perante essas mesmas leis. “A quem muito é dado, muito será pedido.”

Agradecemos suas palavras de incentivo. Sobre a primeira pergunta, o sofrimento após a morte decorre do apego aos desejos do corpo físico, que causa a manutenção de fluidos vitais no perispírito, a ausência de moralidade e de conhecimentos mais elevados da vida. Suas conclusões estão corretas. Os traços de fluido vital não existem apenas nos suicidas, neles a quantidade pode ser maior, dada a ruptura com o corpo físico de forma abrupta. Sobre a segunda pergunta, dizemos que suas conclusões estão corretas. A prece é o grande lenitivo àqueles que deixaram a vida na Terra. O estudo do evangelho, a fé, a resignação são fatores que levam ao desencarnado grandes doses de paz e de equilíbrio, auxiliando-o no entendimento da vida nova.

Embora o fluido vital e o ectoplasma tem origem no fluido cósmico universal e estão ambos presentes no perispírito são substâncias diferentes, segundo nos informam os Espíritos Superiores. O fluido vital sustenta a vida encarnada. O ectoplasma é exteriorizável, estando presente no citoplasma da célula, compondo o metabolismo celular. Veja mais detalhes no livro “Nos domínios da Mediunidade” de André Luiz, cap. 28, Efeitos Físicos.

Allan Kardec no cap. 20 item 226 de “O Livro dos Médiuns” anota, por orientação dos Espíritos Superiores que a faculdade mediúnica é orgânica. Para bem compreender essa afirmativa pense na faculdade auditiva, por exemplo. Para o Espírito encarnado perceber o som ele precisa dos recursos orgânicos ou aparelho auditivo. Quem ouve é o Espírito, por intermédio do corpo físico. Então falamos que a faculdade de ouvir é orgânica. Ocorre o mesmo com a mediunidade, que é também uma faculdade. Para o Espírito encarnado tomar ciência de uma percepção mediúnica ele precisa dos recursos orgânicos, como por exemplo, o próprio cérebro, nele a glândula pineal, o perispírito, para tornar consciente a captação das informações do plano espiritual. Então, a faculdade mediúnica é orgânica.

Não se deve temer ambientes, mas convém saber o comportamento a ser adotado nos diversos lugares que os nossos deveres nos impõe a estar. A altivez de pensamentos, o equilíbrio na fala, o comportamento seguro, a mente voltada ao bem sempre são fontes de segurança e paz. Convêm observar se nossa repulsa a ambientes decorre realmente de uma percepção mediúnica ou de um condicionamento psicológico. A mediunidade é sempre espontânea, já as prevenções psicológicas nascem em nós e antecedem o contato com os fluidos do ambiente.