Perguntas e Respostas

Desenvolvimento Mediúnico

Perguntas elaboradas pelos participantes do grupo Telegram @febtv_mediuns, referente à série apresentada por Jacobson Sant’ana Trovão “Estudando O Livro dos Médiuns”, canal da FEBtv no YouTube, e respondidas por uma equipe de estudiosos do tema.

Vedada a reprodução, finalidade meramente de estudo da mediunidade à luz do espiritismo.

As mesmas perguntas que nos faz foram respondidas pelo Espírito Emmanuel, psicografadas por Chico Xavier, no livro “O consolador”, questão 230:

Sobre o “o despertar espiritual”:

“230 –Como iniciar o trabalho de iluminação da nossa própria alma?

-Esse esforço individual deve começar com o autodomínio, com a disciplina dos
sentimentos egoísticos e inferiores, com o trabalho silencioso da criatura por
exterminar as próprias paixões.

Nesse particular, não podemos prescindir do conhecimento adquirido por outras
almas que nos precederam nas lutas da Terra, com as suas experiências
santificantes – água pura de consolação e de esperança, que poderemos beber
nas páginas de suas memórias ou nos testemunhos de sacrifício que deixaram
no mundo.

Todavia, o conhecimento é a porta amiga que nos conduzirá aos raciocínios
mais puros, porquanto, na reforma definitiva de nosso íntimo, é indispensável o
golpe da ação própria, no sentido de modelarmos o nosso santuário interior, na
sagrada iluminação da vida.”

O “despertar da mediunidade” é o desenvolvimento da faculdade mediúnica que também foi motivo de apreciação no mesmo livro, questão 384 e 386, onde o elevado Mentor alerta que a mediunidade deve ser fruto da espontaneidade, nunca deve-se forçar sua eclosão, sob pena de graves perturbações. Eis as perguntas e respostas:

“384 –Dever-se-á provocar o desenvolvimento da mediunidade?

– A mediunidade não deve ser fruto de precipitação nesse ou naquele setor da
atividade doutrinária, porquanto, em tal assunto, toda a espontaneidade é
indispensável, considerando-se que as tarefas mediúnicas são dirigidas pelos mentores do plano espiritual.”

“386 –Qual a mediunidade mais preciosa para o bom serviço à Doutrina?

– Ninguém deverá forçar o desenvolvimento dessa ou daquela faculdade,
porque, nesse terreno, toda a espontaneidade é necessária; observando-se, contudo, a
floração mediúnica espontânea, nas expressões mais simples, deve-se aceitar o evento
com as melhores disposições de trabalho e boa-vontade, seja essa possibilidade
psíquica a mais humilde de todas.

Não existe mediunidade mais preciosa uma que a outra.

Qualquer uma é campo aberto às mais belas realizações espirituais, sendo justo
que o médium, com a tarefa definida se encha de espírito missionário, com dedicação
sincera e fraternidade pura, para que o seu mandato não seja traído na improdutividade.”

Siga estudado e buscando sua auto iluminação, e quanto à mediunidade, aguarde seu surgimento espontâneo, se esse for seu compromisso.

Todo Centro Espírita deve estar aparelhado para acolher e orientar o médium novato. Essa é uma das tarefas precípuas da Casa Espírita, pois o Espiritismo é que tem os instrumentos de amparo e de orientação adequados. Se ainda não tiver tais condições deve se preparar para a tarefa junto aos médiuns. A FEB e as Federações Espíritas dos Estados e do Distrito Federal oferecem um programa de formação para médiuns chamado: “Mediunidade: estudo e prática”. Caso o Centro Espírita não tenha poderá implantar solicitando orientação na Federação Estadual. Se o Centro Espírita não orientar os médiuns, quem o fará?

Como as percepções mediúnicas são subjetivas elas variam de forma e intensidade de pessoa a pessoa. A mediunidade constitui-se numa faculdade multiforme. Assim, a pessoa poderá ter um ou mais das seguintes percepções:

– sonhos premonitórios;
– ver-se fora do corpo físico, desdobramento;
– sonambulismo;
– intuições ou inspirações;
– transe pela sintonia com desencarnados;
– vontade irresistível de escrever;
– sentir odores que outras pessoas não percebem;
– ver claramente um desencarnado ou pelo pensamento;
– ter recordações de vidas passadas;
– ter premonições estando mesmo acordado;
– sentir bem estar ou mal estar em ambientes;
– ter arrepios indefinidos;
– ter dores sem causa física;
– ver aparições de Espíritos;
– ouvir ruídos, sozinho ou na presença de outras pessoas, batidas ou assistir a materialização total ou parcial de Espíritos;
– dentre outros, cujo rol, como dissemos varia ao infinito.

Para se definir se a pessoa é médium ou não apenas o tempo e a observação dará a certeza.

É sempre recomendável que ante tais sinais e sintomas exclua-se a possibilidade de enfermidade, pois algumas podem se confundir com a percepção ou sensação mediúnica, como no caso de transtornos mentais ou afecções que alterem o metabolismo orgânico, com por exemplo ocorre com variações hormonais. A duração como sensações ou percepções mediúnicas, caso o médium se integre numa tarefa de auxílio pela mediunidade não desaparecem, é uma peculiaridade da pessoa, mas se sublimam, ficando sob controle, se o médium se dispõe a estudar e a servir ao bem. Se o médium permanecer invigilante poderá ter dissabores. Ele não é obrigado a se integrar num grupo mediúnico, mas deverá manter um padrão moral compatível com a sensibilidade que tem, e buscar o mesmo estudo e o serviço na caridade que eleve sua sintonia.

Muitos de nós tem milênios de descontrole emocional. O autocontrole, a disciplina das emoções é uma conquista. Estudo, preces diárias e meditação auxiliam, mas não resolvem a questão se não tivermos vontade firme de nos controlarmos. Diante de uma situação que possa te descontrolar pense ante de agir. Pensar nesse caso é sobrepor a consciência à emoção. Raciocine, a razão dará a medida certa do que fazer. Se não for possível raciocinar na hora da irritação, não faça nada. Silencie, espere um tempo, respire fundo, acalme-se, depois converse. Nunca revide a agressão. Violência gera mais violência. Somos capazes de nos dominar. O descontrole é muita vez é o nosso ego se impondo, em função de intimamente não aceitarmos a ofensa. Diga a você mesma: eu não tenho necessidade nenhuma de me irritar, devo agir racionalmente. Com o tempo a você conquistará a calma e a paciência ante as adversidades da vida.

Somente a observação pode definir se pessoa é ou não médium extensivo. Muitas percepções surgem na infância ou adolescência, mas isso não é regra geral. Existem médiuns que desenvolveram a mediunidade já na vida adulta, alguns com mais de 50 anos de idade. Há uma variação de pessoa a pessoa. Comece estudando, tanto em casa quanto num Centro Espírita. Siga estudando conosco na série “Estudando O Livro dos Médiuns”, pois esperamos que sejam elucidadas as principais dúvidas sobre a mediunidade. É um estudo sistematizado, mas sem a parte prática. Após o estudo e estando vinculando à prática mediúnica num grupo mediúnico espírita sério, suas faculdades mediúnicas surgirão, se for o seu compromisso, serenamente, conduzido pelos Mentores Espirituais. Sem isso, excluída a possibilidade de enfermidade, a mediunidade pode surgir em forma de perturbação, com dores indefinidas, vidências inoportunas, arrepios, angustia sem causa aparente, sonhos, vertigens, premonições, movimentos de objetos, nervosismo, mente intranquila, transe expontâneo, desdobramento, intuições e outras sensações, que podem ser agradáveis, como ver um bom Espírito, ter uma intuição positiva, quando bons Espíritos querem despertar o médium para sua tarefa, ou desagradáveis se assimiladas de ambientes, de Espíritos encarnados ou desencarnados e de perseguidores desencarnados. A mediunidade serena para se revelar exige estudo, trabalho no bem, perseverança, oração e meditação diária. Com o tempo, espontaneamente, a mediunidade se revela. Se o médium já apresenta um quadro de intranquilidade deve se harmonizar nos estudos evangélicos, se necessário receber o passe e a água fluidificada, em seguida estudo da mediunidade, já nessa fase o médium começa a ter percepções mais definidas e claras, assim, estando em equilíbrio, poderá adentrar para uma reunião mediúnica.

A FEB e as Federativas estaduais disponibilizam aos Centros Espíritas o programa de estudos MEDIUNIDADE: ESTUDO E PRÁTICA, que tem duas fases. Uma de estudo geral de mediunidade e outra com vistas ao desenvolvimento mediúnico supervisionado. Terminada a pandemia os interessados poderão conhecer tais estudos.

Outros Centros Espíritas optam por preparam os médiuns com o estudo direto em “O Livro dos Médiuns”.

Ambos conduzem ao mesmo resultado, se bem aplicados.

O Espírito Emmanuel, um dos grandes interpretes do Evangelho de Jesus, pela psicografia de Chico Xavier, interpreta esse versículo em duas mensagens, no livro “Fonte Viva”, capítulo “Cada qual”, nesse ele diz: “[…] o Espírito divino que sustenta as criaturas é substancialmente o mesmo.”; e no livro “Palavras de vida eterna” ele interpreta, no capítulo “No serviço mediúnico”: “o Bem de todos é a luz do Espírito Glorioso de Jesus Cristo que precisamos refletir, nesse ou naquele setor do trabalho”. Assim, “diversidade de dons” se refere às diversas formas de manifestação da mediunidade, tais como psicografia, psicofonia, etc., e o “Espírito é o mesmo” significa a sustenção de todo trabalhador do bem, que é o Espírito Divino de Jesus Cristo, com o qual devemos nos sintonizar. Se puder, leia as duas mensagens, são excelentes. Não se pode imaginar que por todos os médiuns se manifeste apenas um espírito, como aliás alguns creem – o Espírito Santo ou o demônio com várias mistificações. Os médiuns de todos os tempos já provaram a existência do chamado Mundo Espiritual, formado pela diversidade das pessoas que habitaram ou habitarão a Terra e que sobrevivem à morte e podem se comunicar individualmente.

Agradeço as palavras de incentivo.
Realmente o médium no início do desenvolvimento mediúnico pode ter sensações e percepções que não consegue verbalizar. O Centro Espírita, na condição de “escola da alma”, deve propiciar estudos aos médiuns e disponibilidade, tanto quanto possível, para ouvi-los, auxiliando-os em suas dúvidas e dificuldades. Nesse caso o dirigente do grupo deve se dispor a essa tarefa de orientação, e quem sabe a equipe que atua no “Atendimento Fraterno” poderia auxiliar.

Quanto ao livro: “Psicofonia na obra de André Luiz” pode ser adquirido nas livrarias espíritas ou diretamente na FEB, pelo site ou em contato telefônico.

Perante sua pergunta, vale a mesma resposta dada à pergunta de Emmanuel acima. Quanto a literatura, indico o mesmo livro “Chico Xavier – Mandato de Amor”, da União Espírita Mineira, no seu caso o capítulo “O pensamento sonorizado”. Segundo o relato de Chico Xavier, ele teve uma labirintite provocada pelos pensamentos de perseguidores espirituais que tentavam impedir-lhe o trabalho no bem.

Meus amigos, considerando que estamos em pleno estudo sistematizado de “O Livro dos Médiuns” segue um texto como leitura complementar, muito útil a nós todos. É da Revista Espírita de 1859 – “Escolhos dos Médiuns”, ou dificuldades, obstáculos aos médiuns. Leiam, reflitam e se surgir dúvida, podem postar aqui. O texto foi extraído do site da FEB, www.febnet.org.br, Revista Espírita de 1859, tradução de Evandro Noleto. Sigamos animados, perseverantes nos estudos, leiamos um pouco a cada dia, e reflitamos sempre.

Efetivamente, é possível sim que o médium em se sintonizando com um Espírito enfermo seja induzido a psicossoatizar a percepção mediúnica e sentir dor, não somente na cabeça, como também em outras partes do corpo. Não é a mediunidade que causa a dor. É a presença da entidade enferma. Assim como os olhos nos permitem ver um quadro, a mediunidade nos permite sentir e perceber o plano espiritual que nos cerca. O que é sempre positivo, pois assim nos tornamos mais conscientes da realidade espiritual na qual estamos envoltos. Percepções e sensações, com manifestações dolorosas, podem ocorrer com o médium ostensivo ou com qualquer pessoa, já que todos somos médiuns, variando de intensidade. No caso de dores deve-se em primeiro lugar buscar o apoio médico. Jamais devemos negligenciar a saúde, e a orientação médica é essencial. Excluída a enfermidade, podemos considerar a mediunidade. Cabe, nesse caso, ao médium não valorizar a dor e se apoiar nas orações, no passe, na água fluidificada, nas meditações e no estudo que o auxiliarão a dessintonizar da entidade sofredora. Entidade que não pode ser considerada má, mas carente de esclarecimento. Destaca-se que somente pela sensação dolorosa não podemos afirmar que a pessoa seja médium ostensivo, tal definição se dará com o tempo, pela observação, quando de sua frequência em estudos e práticas mediúnicas no Centro Espírita. Há casos de dores de cabeça (ou não) provocadas por fluidos doentios que captamos em momentos de invilância. Fluidos emitidos por encarnados ou desencarnados.

Sobre dor de cabeça, leia o interessante caso de Chico Xavier narrado no livro “Chico Xavier – Mandato de Amor”, da União Espírita Mineira, capítulo “Dor de Cabeça.” Chico narra que uma senhora discutiu em casa, não foi agredida fisicamente, mas recebeu uma grande concentração de fluidos deletérios que penetram pelo ouvido causando-lhe a dor de cabeça. Após o socorro de Bezerra de Menezes ela se recuperou. Isso mostra que não devemos discutir, criar inimizades, pois o nosso equilíbrio é fator de saúde.