Perguntas e Respostas

Desenvolvimento Mediúnico

Perguntas elaboradas pelos participantes do grupo Telegram @febtv_mediuns, referente à série apresentada por Jacobson Sant’ana Trovão “Estudando O Livro dos Médiuns”, canal da FEBtv no YouTube, e respondidas por uma equipe de estudiosos do tema.

Vedada a reprodução, finalidade meramente de estudo da mediunidade à luz do espiritismo.

O mentor ou Espírito protetor do médium está sempre presente e age pela boa inspiração. Na medida em que acolhemos os bons pensamentos, nos fixamos no estudo meditativo, no trabalho do bem maior a nossa sintonia com ele e com outras entidades elevadas. Se ele não se revela ostensivamente é para não nos tirar o livre-arbítrio, fazendo com que tenhamos o mérito das ações que nos levam ao progresso.

Você ouve vozes desde sempre, o que se presume que você seja portadora de mediunidade auditiva. Considerando que já tenha se orientado com especialista que exclua a possibilidade de enfermidade física. Embora o que os Espíritos lhe dizem mostra que não são maus, também não são bons, pois os bons Espíritos sugerem, intuem, e não impõem, deixando à pessoa a possibilidade de usar o seu livre-arbítrio. E os superiores não estão a todo momento dizendo “coisas”. Você não diz com que frequência eles lhe falam. Se for continuamente, são Espíritos imperfeitos, não necessariamente maus, conforme foi dito. Você conclui a categoria a que pertencem analisando o teor das suas solicitações. Pode sim, esta audiência se ampliar durante o sono físico, pois neste estado a alma fica mais livre e as suas percepções dilatadas. Mas, você diz também que um Espírito zombeteiro se utilizava da sua faculdade, deixando de acontecer quando iniciou a leitura das obras espíritas; o que também pode ocorrer, quando não se tem um controle sobre a mediunidade, o que se adquire pelo estudo e o exercício disciplinado.

Respondendo aos seus questionamentos: pode sim, um Espírito obsessor mudar de características quando se manifestar, até porque muitos destes são inteligentes e ardilosos e, usam de muitas artimanhas para enganar, iludir o médium, a fim de conquistar a sua confiança e o colocar sob a sua dependência. Não é muito fácil um Espírito obsessor se convencer e mudar rapidamente apenas porque o médium começou a ler obras sérias. Ajuda; mas o que evangeliza e afasta um obsessor é a mudança íntima para melhor que o médium realiza em sua vida, é através do exemplo no bem, da mudança de faixa vibratória, que permite não mais haver sintonia entre ambos. É um processo moroso, que requer paciência, tolerância, empatia, fraternidade e muito amor, pois o obsessor, na realidade, é a vítima e sofre muito mais que o obsesso.

Sugerimos que continue com as leituras dignas e procure um Centro Espírita respeitável para começar um estudo disciplinado e contínuo, para que, futuramente, possa ingressar em um grupo mediúnico sério, para educar a sua faculdade, e não mais continuar ouvindo os Espíritos a hora que eles bem entenderem. Você é que deve determinar em que momento deve ouvi-los e isto só deve ocorrer nas sessões mediúnicas realizadas num Centro Espírita.

Tal fenômeno é possível, no entanto, não se deve evocar nenhum Espírito, nem mesmo encarnado. O sentimento maternal é poderoso imã, no entanto não deve ser utilizado aleatoriamente. No caso, suas orações muito beneficiariam seu filho, sem o atrair para junto de si, pois tal constrangimento poderia prejudicar a recuperação de seu ente querido. O desejo mal conduzido causa perturbação. Seu filho estava sob o amparo de benfeitores espirituais e deles receberia a assistência. Explicamos em tese de estudos, pois não é possível avaliar o que realmente ocorreu. Cremos que seu amor foi preponderante.

A faculdade mediúnica deve surgir de forma espontânea, se deu sinais em certo momento da vida e não se teve mais evidência de uma faculdade ostensiva o médium deve se tranquilizar, isso é normal, afinal é o Espírito protetor do médium que lhe conduz a faculdade. As razões são afetas a ele. Caso tenha compromisso com a tarefa a faculdade se evidenciará naturalmente.

Tais sensações podem indicar o médium ostensivo. Apenas uma observação, todos os centros de forças atuam no processo, e não apenas dois, já que estão interligados sob o comando do centro coronário. Temos prestigiado a expressão “centros de forças”, como designado por André Luiz, pois a palavra “chacra” nas doutrinas orientais tem um significado bem diferente. A correspondência anatômica entre ambos é coincidente, mas a função é outra.

O mentor ou Espírito protetor é sempre ligado por laços afetivos ao médium, desde quando, não se sabe. É como um pai ao lado do filho. Com certeza ele acompanha o médium em seu desenvolvimento, o que não impede que outros façam o mesmo. Veja o item 11 do capítulo 28 de “O Evangelho segundo o Espiritismo” e em “O Livro dos Espíritos” questões 489 e seguintes que tratam do tema de forma segura.

Concentração se consegue com prática. Habitue-se a orar diariamente, a estudar um pouco a cada dia, exercite a mentalização consciente de paisagens agradáveis, cuide do próprio comportamento no cotidiano, mantendo-se com a devida tranquilidade mental, que aos poucos sua concentração na reunião mediúnica será satisfatória.

O médium em desenvolvimento pode sentir maior desconforto qual tremores ou agitação acentuada no momento do transe ou nos instantes que antecedem o transe. Com o tempo e esforço o médium aprende a se controlar. Esse domínio pessoal é possível, deve ser buscado continuamente no decorrer das reuniões mediúnicas, em nada atrapalha o transe, e independe se o médium é consciente ou não. Você é responsável pelos gestos e palavras. No entanto, pequenas alterações nos gestos ou na modulação de voz são aceitáveis, desde que não prejudique a harmonia do ambiente, afinal o médium está em transe, ou seja num estado alterado da consciência. Ficar totalmente imóvel nem sempre é possível, devido a condição do comunicante espiritual. O dirigente deve auxiliar o médium na avaliação do seu desempenho na reunião.

Todo médium é um sensitivo. Alguns segmentos espiritualistas tentam diferenciar médium de sensitivo, mas, na visão espírita, não há diferença. A sensibilidade é a base da percepção mediúnica. Allan Kardec no item 164 de “O Livro dos Médiuns” afirma que os chamados “médiuns sensitivos ou impressionáveis” não formam uma variedade bem definida na classificação dos médiuns, pois todos os médiuns são mais ou menos sensíveis à presença de Espíritos, variando de pessoa a pessoa. Dessa forma, ter sensações físicas com a percepção de Espíritos depende de cada médium.

A percepção mediúnica é sempre espontânea, inesperada, difere dos pensamentos comuns do dia a dia, pode inclusive ser contrária às opiniões, crenças e desejos do médium, estarem acima do conhecimento do médium, em reunião mediúnica pode ser acompanhada de sensações agradáveis ou desagradáveis, dependendo da entidade influenciadora. Tais percepções não se confundem com o pensamento do médium se o médium estiver numa faixa psíquica diferente da do comunicante. Se o médium tem hábitos e o Espírito estimula mentalmente tais hábitos, só com muita atenção poderá perceber que é um pensamento sugerido. Aprenda a se controlar, a dominar seus impulsos e buscar bons hábitos, estude a matéria espírita, faça meditação, busque se conhecer. Assim, com a prática, qualquer ideia que fuja de seu padrão mental poderá ser efetivamente externo a você.