Allan Kardec em “O livro dos médiuns” (FEB/tradução Evandro Noleto) no item 62 anota: “Não há nenhum sinal pelo qual se reconheça a existência da faculdade mediúnica; só a experiência por revelá-la.” Efetivamente, é o que se observa na prática. Ou seja, o médium vai revelar sua aptidão mediúnica com o tempo, desde que se mantenha assíduo nas reuniões de estudo e nas de prática mediúnica. Nos casos mais comuns, médiuns em desenvolvimento relatam, por exemplo, durante a reunião mediúnica, estando em oração e silêncio mental, que sentem um desejo insistente de escrever, nesse caso deve ser disponibilizado papel e lápis. O médium deve deixar a mão sobre o papel de forma suave, aguardando o movimento espontâneo. Em alguns casos, o médium identifica um pensamento e ele mesmo deverá dar o impulso na escrita. É comum indagar se pode ser usada caneta esferográfica, não faz diferença, mas esta pode falhar por um defeito qualquer e a mensagem se perder. É a psicografia. Em outros, pode ocorrer o relato de visões de Espíritos ou audição de vozes, indicando a possibilidade do médium ser possuidor da faculdade de vidência e de audiência mediúnicas. Recordando que tais percepções são mentais, embora, em alguns casos, possa o médium ter a impressão que vê ou ouve o som com os olhos e ouvidos físicos. Existem aqueles que relatam sentirem a presença de um Espírito, arrepios pela cabeça e pelo corpo, poderá ter uma leve vertigem, sensação de corpo leve, com ou não perda parcial do controle dos movimentos ou ter movimentos involuntários, ideias insistentes, inesperadas, suave aceleração do batimento cardíaco, e lhe vem o desejo de falar, chorar, tem a emoção alterada. Se for a presença ou sintonia com uma entidade em sofrimento, poderá reproduzir o que o Espírito comunicante sente, se for uma entidade equilibrada, terá pensamentos e sensações de calma e ideias elevadas, são os primórdios do transe psicofônico. Médiuns aptos ao desdobramento espiritual podem sentir branda sonolência, mas não adormecem, ao contrário, a mente fica ativa, ter sensação de afastamento do ambiente, percepção mental de que estão em outro lugar. Durante o desdobramento relatarão as sensações, emoções ou o ditado mediúnica. Recuperada a vigília, poderão lembrar de todo o evento ou apenas parte dele, uma amnésia parcial. Como dissemos, são exemplos, não se constituem num padrão, nem num rol exaustivo do que pode ocorrer. Cada médium tem um relato particular, pessoal, ter uma ou várias das sensações referidas, serem de maior ou menor intensidade, ou quase nulas, e mesmo assim reproduzirem o pensamento de uma entidade, como nas intuições. Daí a importância de se desenvolver a mediunidade num Centro Espírita, após o estudo, que confira segurança e conhecimento, para não ter medo ou ansiedades, participar de um grupo mediúnico harmônico, sério, e que possua um dirigente experiente, com capacidade de conduzir o médium com segurança. Destaquemos que, conquanto as sensações descritas possam surgir, o médium sempre estará no controle da situação. Poderá mentalmente dominar-se, não se deixando levar por impulsos descontrolados ou de excessiva passividade. Quanto à ligação com as plantas, referida na pergunta, não podemos apreciar, pode decorrer de uma natural sensibilidade e não propriamente da influência de Espíritos, conquanto existam aqueles que são simpáticos a elas. Sugerimos, seguir perseverante no estudo de “O livro dos médiuns”, pela FEBtv, pois o tema será abordado. A FEB disponibiliza a obra “Mediunidade: estudo e prática”, em dois volumes, na qual, em seu volume II, o que foi descrito é melhor detalhado.