Perguntas e Respostas

Aplicação de Passe

Perguntas elaboradas pelos participantes do grupo Telegram @febtv_mediuns, referente à série apresentada por Jacobson Sant’ana Trovão “Estudando O Livro dos Médiuns”, canal da FEBtv no YouTube, e respondidas por uma equipe de estudiosos do tema.

Vedada a reprodução, finalidade meramente de estudo da mediunidade à luz do espiritismo.

Cremos que o ocorrido possa ter sido uma doação de energia positiva, resultante de sua Aura, que, naquele momento estava bastante positiva. No “Evolução em dois mundos”, psicografado por Francisco C. Xavier e Waldo Vieira, pelo Espírito André Luiz. 27. ed. FEB, cap. 17- Mediunidade e corpo espiritual, it. Aura humana, temos: “Considerando-se toda célula em ação por unidade viva, qual motor microscópico, em conexão com a usina mental, é claramente compreensível que todas as agregações celulares emitam radiações e que essas radiações se articulem, através de sinergias funcionais, a se constituírem de recursos que podemos nomear por “tecidos de força”, em torno dos corpos que as exteriorizam. Todos os seres vivos, por isso, dos mais rudimentares aos mais complexos se revestem de um “halo energético” que lhes corresponde à natureza. (Grifo nosso.) Nossa aura quando equilibrada e fortalecida pelas suas virtudes e elevados pensamentos e sentimentos, exerce forte atração na entidade conturbada, encarnada ou desencarnada, sendo ela envolvida pelo magnetismo de amor que lhe apazigua o íntimo e refrigera suas dores.

A aplicação do passe não deve conduzir o médium à exaustão das forças. Ao término das atividades, evite dormir e, ao contrário, eleve o pensamento para o refazimento promovido pelos Coordenadores Espirituais da tarefa do passe. Os benfeitores espirituais compensam as energias despendidas pelo médium. Mantenha o pensamento alerta e positivo, sem se fixar na ideia de energias despendidas, pois isso pode se tornar um condicionamento e a sensação de cansaço se intensificar. Para estudo indicamos o livro “Atendimento espiritual pelo passe” (FEB), de Marta Antunes Moura, atual Vice-Presidente da FEB.

O Espírito Emmanuel no livro “O consolador” (FEB), questão n. 100, psicografado por Chico Xavier esclarece que a “benzedura” conhecida no meio popular é o mesmo passe aplicado nas Casas Espíritas. Sendo assim, deve ser um ato de amor, assegurando a assistência de Espíritos elevados. Dessa forma, não pode ser relacionado com nenhum prejuízo ao ambiente, sobretudo afetando negativamente as plantas. Sabe-se da presença de ectoplasma nas plantas e que o mesmo pode ser usado pelos Espíritos benevolentes para efeitos curativos, mas tal extração ectoplásmica não causa dano ao vegetal, é que se denota da narrativa contida na literatura espírita. Sem pretender afirmar o que sucede com as plantas referidas na pergunta, convêm recordar que se num ambiente ocorrem fenômenos de efeitos físicos perturbadores, fica claro que ali estão presentes Espíritos inferiores, necessitados de oração, para o reequilíbrio deles e neutralização da ação negativa. Há também de ser considerada a necessidade de vigilância, de estudo, de revisão de condutas morais, dentre outros. Para estudo do passe indicamos a excelente pesquisa contida no livro “Atendimento espiritual pelo passe” (FEB), de Marta Antunes Moura, atual Vice-Presidente da FEB.

Allan Kardec em “O livro dos médiuns”, item 175, utiliza a denominação de “médiuns curadores” àqueles que, possuídos da assistência de benfeitores espirituais, podem doar seus fluidos vitais em benefício de enfermos para a cura de enfermidades variadas. O “passe” é o exercício dessa faculdade mediúnica. Na verdade, os Espíritos especializados em curas de enfermidades utilizam três tipos de fluidos: os deles próprios, os do médium e os da natureza. Assim, o que o paciente recebe é um fluido misto, que, dependendo do merecimento, pode ocasionar a recuperação da saúde física e mental, ou minimizar sofrimentos. O “médium curador” nunca dispensará a prece, pois bem sabe que é um colaborador, pois são os Espíritos amigos que conduzem o processo de cura.

Desconhecemos na literatura espírita abalizada a expressão “médiuns de dispersão de fluidos do ambiente”. Tal neologismo não guarda consonância com as informações que temos na obra de Allan Kardec nem de autores que tenham concordância com o Espiritismo. O saneamento dos fluidos de um ambiente se faz pela prece, referindo aos encarnados, e pela ação direta nos fluidos pelos benfeitores espirituais. Assim todos os médiuns contribuem na tarefa de elevação dos fluidos de um lugar, por exemplo a sala de reunião mediúnica antes do início da sessão. Existe sim especialização mediúnica, como nos informa André Luiz no livro “Desobsessão” cap. 35: “Convém observar que há médiuns psicofônicos para quem os Amigos Espirituais designam determinados tipos de manifestantes que lhes correspondam às tendências, caracteres, formação moral e cultural, especializando-lhes as possibilidades mediúnicas.” Então, um médium poderá recepcionar psiquicamente certas categorias de Espíritos, como suicidas, obsessores, enfermos e outros.

Essas mentalizações durante o passe não são prejudiciais e auxiliam a concentração de quem o recebe. Deve-se, contudo, ter o cuidado para não serem longas e induzirem a um transe inoportuno. Evitemos as práticas do mentalismo, que sofrem influência de outras culturas religiosas. As mentalizações positivas alteram os fluidos do ambiente, tornando-o mais salutar. Como não se sabe quem são as pessoas que estão recebendo a orientação para o passe, a prece e uma breve mentalização são suficientes, pois existem pessoas muito sensíveis e se as mentalizações forem exaustivas provocam sensações ou percepções mediúnicas. Lembremos, finalmente, que o passe à distância é uma irradiação mental que é conduzido por uma pessoa, todos do grupo acompanham em preces, mas o passe em si é transmitido pelos benfeitores espirituais no lar do assistido.

Cremos que a situação esteja relacionada à ausência de estudo e melhor compreensão do objetivo de cada uma das reuniões, a de aplicação de passe e a de atendimento a desencarnados em sofrimento. O ideal seria um diálogo amigo e sincero, buscando orienta-la a se sintonizar de forma adequada em cada sessão. Não é adequando o transe em reuniões para o passe. Quanto à reunião mediúnica o transe se dá pela sintonia. Realmente, pode ser que uma entidade esteja ao lado do médium e este não o perceber por ausência de sintonia. Observe melhor a ocorrência e analise com a médium, cremos que com solidariedade e compreensão mediunidade em questão se tornará cada vez mais produtiva.

O passe como ato e amor deve ser ministrado referentemente no Centro Espírita, mas excepcionalmente, como por exemplo em visita a enfermos, pode ser aplicado no local da visitação. Deve-se evitar, quando no atendimento a uma pessoa impossibilitada de ir à Casa Espírita, aplicar o passe sozinho, tal atividade deve ser feita em equipe. Quanto a orar para um necessitado enfermo, estando ele distante, o efeito é o mesmo, em especial se a pessoa a quem é dirigido o passe estiver na mesma sintonia. Doentes em estado comatoso recebem os bons fluidos do passe, mesmo sem o domínio mental, pois os benfeitores espirituais se encarregam do atendimento que se pretende. Irradiações amorosas varam distâncias inimagináveis.

No Espiritismo a prática da aplicação do passe se constitui num exercício da faculdade mediúnica de cura, uma vez que o médium está sob influência de benévolos mensageiros espirituais. A aplicação do passe se dá, quando em atividade presencial, nos locais do Centro Espírita destinado à sua prática, que pode ser em salas específicas ou mesmo em público, desde que as pessoas estejam em recolhimento e devidamente orientadas. O passe, na visão espírita, pode ser aplicado individualmente, coletivamente, presencialmente ou à distância. Na concepção espírita, é suficiente a imposição das mãos sobre a cabeça daquele que recebe o passe, de forma simples, sem o toque e sem gesticulação. Tais preceitos decorrem dos ensinos de Allan Kardec, “A gênese” -(FEB), André Luiz, “Mecanismo da mediunidade”(FEB), capítulo 22, e de Emmanuel (“O consolador” (FEB), pergunta 98 e seguintes), dentre outras obras. Não há necessidade de se ter mediunidade ostensiva, já que todos podem doar cotas fluídicas, emitidas pelo desejo amoroso de auxiliar o próximo. Qualquer pessoa imbuída desse desejo pode aplicar o passe. Sugere-se que estudos prévios sejam feitos, para que o aplicador espírita do passe tenha ciência dos recursos que viabiliza e colabore mentalmente com os Espíritos superiores, pois são estes que efetivamente promovem a recomposição das energias daquele que busca os benefícios do passe. É aconselhável que os Centros Espíritas mantenham estudos regulares para a preparação de aplicadores do passe. Para maior aprofundamento do tema, indicamos o livro “Atendimento espiritual pelo passe” (FEB), de Marta Antunes Moura.